A bancarização entre os brasileiros atingiu o maior percentual em nove anos. Ao todo, 64% da população brasileira possui uma conta de banco, equivalendo a 86,3 milhões de pessoas. Conforme aponta a pesquisa da Fecomércio RJ/Ipsos. O percentual representa crescimento de cinco pontos percentuais em relação ao ano passado e é o maior da série histórica, iniciada em 2007. Apesar do aumento no acesso ao sistema bancário, apenas um terço dos brasileiros com conta bancária afirmou saber quanto pagam de tarifas.
QUEDA NO FINANCIAMENTO
Por outro lado, quanto à tomada de crédito, houve queda na parcela de consumidores com algum financiamento. Em abril deste ano foram 34% ante 39% no mesmo período do ano passado. A pesquisa também mostrou um brasileiro mais atento no momento da tomada de crédito. Entre os têm algum tipo de financiamento, 33% escolheram a modalidade com base nas taxas de juros e 32%, no valor das parcelas. A forma de parcelamento preferida é o carnê, com 44%. Em seguida, aparece cartão de crédito (43%). Os grupos de produtos mais parcelados foram artigos do vestuário e eletrodomésticos, ambos com 23%.
“A parcela de brasileiros no sistema bancário dobrou na última década. Contribuíram para esse processo o amadurecimento do mercado de trabalho formal, a expansão do crédito e o fortalecimento de programas sociais. No último ano, em função do cenário econômico, o brasileiro precisou estar mais atento no consumo, sentiu o efeito do aumento dos juros e da inflação. Estar no mercado bancário ajuda-o a passar de forma mais segura por esse período”, afirma o economista da Fecomércio RJ, Christian Travassos.
EQUILÍBRIO FINANCEIRO
O consumidor brasileiro tem priorizado o equilíbrio no orçamento doméstico como forma de evitar os efeitos da desaceleração econômica. Entre os entrevistados, 52% cobriram todas as despesas necessárias em abril, sem sobra no orçamento mensal, uma alta de nove pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2014. A sobra no orçamento depois de todas as despesas pagas foi informada por 32% dos brasileiros, mesmo percentual de abril do ano passado. Desses, 55% informam que poupariam os recursos e 27% gastariam com alimentação. Houve queda entre os que informaram falta de dinheiro para o pagamento das despesas, que passaram de 20% em abril de 2014 para 14% no mesmo mês deste ano.
CONSUMO ESTÁVEL
Manteve-se estável, em relação a abril de 2014, o percentual de consumidores brasileiros que informaram ter a intenção de comprar algum produto durável nos próximos três meses, ficando em 16%. Entre os que pretendem adquirir algum bem, Artigos Eletrônicos representaram 52% das intenções. Seguidos por Eletrodomésticos, com 32%. No caso particular de cada produto, televisores é objeto de desejo de 22% dos que têm intenção de comprar produtos duráveis no próximo trimestre, representando alta de cinco pontos percentuais em relação a igual mês de 2014.