E-Consulting analisa setor de telecomunicações

O SRC (Strategy Research Center) da E-Consulting, Boutique Digital de Conhecimento, anuncia o total de investimentos realizado pelo setor de telecomunicações no país em 2003 e as previsões para 2004.
No ano passado, o setor de Telecomunicações investiu no Brasil US$ 6,5 bilhões – contra US$ 4,5 bilhões em 2002. Para este ano, a E-Consulting estima que o total investido alcance US$ 8,3 bilhões – aumento de 27,5% sobre 2003. A receita do segmento passou de US$ 31,5 bilhões, em 2002, para US$ 34,3 bilhões, no ano passado – e deve chegar a US$ 39,2 bilhões em 2004 – crescimento de 11,6% em relação a 2003.
“Os investimentos em infra-estrutura, processos e tecnologia têm sido feitos no sentido da integração das companhias adquiridas em fusões e aquisições e da expansão da área de cobertura da tecnologia GSM. Com a consolidação do setor e a expansão satisfatória das áreas de cobertura por todas as empresas, os investimentos em marketing, criação de novos produtos, serviços e relacionamento com o consumidor e penetração no mercado corporativo terão um papel essencial na receita de reversão dos quadros não tão coloridos esperados para o próximo biênio (caso o status quo não mude), mesmo com o faturamento do setor em crescimento”, analisa Daniel Domeneghetti, diretor de Estratégia e Conhecimento da E-Consulting.
De acordo com o consultor, o cenário atual é reflexo das seguintes circunstâncias:
– Grande ociosidade de linhas fixas instaladas desde o período de antecipação das metas da Anatel (2002);
– Perda de clientes da linha fixa para a telefonia móvel e a banda larga . Em muitas residências das classes A e B, linhas fixas adicionais (o “segundo telefone”) têm sido substituídas por celulares e planos de banda larga. Nas classes C e D, quando o cliente tem a possibilidade de escolher entre fixo ou móvel, fica com a segunda alternativa – compra um telefone móvel pré-pago em virtude de uma análise de custo-benefício;
– Saturação de usuários pós-pagos e crescimento da migração para os pré-pagos. Portanto, queda nas receitas recorrentes e baixa capacidade de planejamento financeiro com cash-cow;
– Crescimento dos pré-pagos – o que deve se intensificar ainda mais, uma vez que só não tem celular hoje quem não possui renda para tal, portanto prospect de pré-pago;
– Baixa percepção de valor e, portanto, demanda dos usuários pós-pagos em relação aos novos serviços (de dados, por exemplo);
– Baixo awareness de marca por parte do cliente (que ainda só quer falar, em sua maioria), o que reduz os níveis de fidelização;
– Baixa penetração no mundo corporativo, tanto nos chamados planos para funcionários como, principalmente, em relação aos serviços de infra-estrutura e conectividade;
– Potencial guerra de preços por mercado crescente, porém ainda de baixo valor absoluto por usuário;
– Dificuldades financeiras – reflexo do crescimento e rentabilidade inferiores às planejadas no momento da privatização e início da operação. (Em outras palavras: o mercado não cresceu como “deveria” e investimentos não foram retornados);
– Potencial consolidação do setor, associada às incertezas do seu futuro no âmbito político (Anatel, Fust etc);
– Consumidor brasileiro médio (com exceção aos early adopters) é ainda de primeira geração (vale lembrar que, há quatro anos, grande parte da população das classes C, D, E, não tinham – como muitos ainda não têm – nenhum tipo de telefone, fixo ou móvel), não liga para tecnologia e tem como expectativa somente falar bem e em modelo pré-pago. O usuário das classes mais baixas ainda dá mais valor ao aparelho em si (design, status) do que ao plano, serviços ou qualidade da linha.

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