*Dr Antonio Carlos Sampaio Silveira
Sempre entendemos que o melhor caminho para o crescimento de um povo, passa obrigatoriamente pelos programas de educação. Embora sendo um profissional de saúde, minha preocupação maior na divisão dos orçamentos de governo, sempre foi voltada para os investimentos na área de educação, que por conseqüência, irão capacitar o individuo para entender entre outras coisas, como cuidar de sua saúde e gozar de uma qualidade de vida melhor.
Com esta crença de educador, em nossas andanças profissionais, como cirurgião dentista, professor, executivo de operadoras de planos odontológicos, criador de universidade corporativa, ora participando de associações, ora compondo a diretoria do sindicato patronal dos Planos Odontológicos, viajando por todo o País, pudemos aprender muito como observador.
Certa vez, convidado que fomos pela ABIMO – Associação dos Fabricantes de Produtos Médicos e Odontológicos, para levarmos nossa experiência no segmento de planos odontológicos, nossa maior preocupação estava em convencer os fornecedores da odontologia de que os planos odontológicos não chegavam ao mercado para diminuir o poder de compra do Cirurgião Dentista e sim criar mercado para um profissional que estava se tornando a cada dia mais ocioso. O fornecedor, por sua vez, entendia que este profissional ganhando menos compraria menos. No mínimo uma afirmação mediana e sem fundamentos, pois no Brasil, com 180 milhões de habitantes, hoje apenas 5 milhões de pessoas possuem plano odontológico, uma amostragem insignificante para tal conclusão.
Abrimos nossa palestra com uma frase provocativa: Os senhores estão vendendo menos porque não ensinam seus clientes a comprar. O cliente quando passivo, não exige criatividade do fornecedor. Silêncio total no auditório e olhares divididos entre defesa e ataque. “-Quem é ele para afirmar isto?” A partir de então, projetei meu currículo na tela, não por arrogância, mas para todos perceberam que eu tinha motivos e experiência suficientes para fazer tal acusação.
Se o cliente não conhece o produto, não é pesquisado para saber suas expectativas e preferências, não tem alternativas financeiras para comprar, não é valorizado no pós-venda, como um fornecedor assim agindo, poderia ter sucesso na venda para tão pouco investimento na conquista deste cliente.
Caro amigo leitor, antes de reclamar da falta de clientes, verifique como está seu programa como educador. O que você tem feito para aumentar o seu mercado, conquistar e reter clientes. Procure ensinar seu cliente a comprar de você. Uma frase de Paulo Freire, um dos maiores educadores de nossa terra, com certeza ajudará você a pensar: “QUEM INVESTE EM EDUCAÇÃO, ACREDITA NA TRANSFORMAÇÃO”
(*)Dr Antonio Carlos Sampaio Silveira – Diretor de Mercado da SOESP ODONTO