Muito se tem discutido sobre os reais mandamentos de sucesso da empresa, em mercados globalizados. O foco central desta temática, segundo empresários de multinacionais, pode estar sintetizado na filosofia “a teoria acabativa “. Segundo Luis Roberto Demarco, professor e consultor de empresa, “pensar em realizar não bastam boas idéias, o que importa mesmo é realizá-las”. Iniciativa é importante, mas o que leva uma empresa ao sucesso é sua capacidade de execução, realização, ou seja, de terminar aquilo que iniciou-se.
A grande pergunta que se faz para definição dos paradigmas ou mandamentos da empresa de sucesso é por que algumas empresas crescem, ampliam-se no mercado, enquanto, outras muitas fracassam, até vão à falência, quebram, ausentam-se do mercado sem que deixem saudades. O sucesso ou fracasso depende, certamente, de fatores múltiplos. O mais importante neste elenco, segundo Stephen Kanitz, professor, é ter a cultura do planejamento estratégico, levando-a à condução de planos e metas e estas a resultados de lucratividade. Em nada adianta ter a empresa profissionais competentes, criativos, gente fértil em idéias, gestores qualificados, sem que tais idéias sejam transformadas em resultados positivos. São boas empresas, mas, não são competentes. Sem excelência no que faz, não sobreviverá esta aos desafios da globalização. A excelência da empresa é comprovada pelos colaboradores e gestores que tenha a singular qualidade “começar e acabar”.
Afinal de contas, em que consiste ser uma empresa acabativa? Numa resposta simplória, é aquela que sabe executar o que foi planejado, conduzir o plano à elaboração de metas palpáveis, sobretudo, a resultantes surpreendentes. A empresa acabativa passa, obrigatóriamente, pela capacidade de execução com eficácia e eficiência.
Mercê desta nova cultura empresarial, quais os mandamentos ou ingredientes de uma empresa identificada com este parâmetro de sucesso? Ressaltemos, ao nosso entendimento, os mais relevantes: o passo primeiro é ter uma equipe de trabalho sem acomodação, com vontade firme de trabalhar e o fazem com prazer. O que importa são os seus resultados, a lucratividade da empresa. A grande verdade é que as empresas de sucesso trabalham mais do que o normal. Os colaboradores da empresa sentem-se como sócios, comprometidos com os resultados finais e deles, certamente, obtêm remuneração financeira pelo trabalho realizado. Como pela filosofia do trabalho, os resultados passam a ser mensuráveis, transparentes, com avaliações contínuas de produtividade dos colaboradores, noutras palavras, avaliam-se os benefícios agregados pelos colaboradores nos resultados últimos.
Portanto, a competição entre colaboradores é saudável, desde que ética, motivadora, respeitosa aos valores humanos de cada colaborador. Qualquer colaborador deve ter, ainda, abertura para expor suas idéias ou críticas que redundem na melhoria da empresa. É a chamada, modernamente, de política democrática empresarial, de portas abertas ou a cultura de comunicação clara, participativa, que, certa e comprovadamente, faz a empresa crescer. A partir da competitividade nascida da globalização em que muitas empresas estão a oferecer os mesmos semelhantes produtos e serviços, nasce uma nova concepção empresarial : a responsabilidade de fechar o negócio é de todos, ou seja, a empresa como um todo deve estar envolvida no seu crescimento, no encantamento dos clientes e na fidelização. Para Jan Carlson da Companhia Aérea Escandinava SAS, é a ” Hora da Verdade “. Não se pode dela fugir. O tratamento fidalgo, amistoso e com o coração é de indispensável relevância. É o cliente o grande sócio e investidor da empresa, afirma Jan Carlson.
Em síntese, podemos afirmar ainda que a grande característica da empresa de sucesso é ser empreendedora, procurando novos espaços e desafios, embora esteja em posição de ranking favorável, se comparado à concorrência. Acomodação é sinônimo de insucesso, afirma Roberto Shinyashiki da Ondec Brasil. A criatividade e inovação constituem-se nos sólidos alicerces da empresa vitoriosa, que deve gastar mais tempo na gestão dos seus clientes que nas confusões internas. Todos na empresa têm a responsabilidade em dar atenção aos clientes, sentir o que faz a concorrência e como resultante com o lucro e crescimento sustentado, a empresa é feita para durar.
João Gonçalves Filho (Bosco) é administrador de consórcio, e-mail: [email protected]