João Gonçalves Filho (Bosco)
A partir da globalização do mercado brasileiro, muito se tem discutido sobre a real importância do marketing para a empresa se tornar, cada vez mais competitiva e possa sobreviver dentro desta nova realidade mercadológica sem perder o seu foco básico – a lucratividade. A grande constatação é que este se tornou um aliado imprescindível para a sobrevivência da empresa e, em particular, para o seu sucesso, levando-a à uma contínua definição de estratégias para se obter resultados positivos. Este marketing de relacionamento passou a ter como alvo maior – “o foco do cliente e não o equivocado foco no cliente”.
O grande equívoco, modernamente, de até mesmo grandes empresários, é querer olhar para frente pelo “retrovisor” – paradigma muito comum entre gestores de empresas. Uma das múltiplas características da nova cultura empresarial, em mercados globalizados, é ter para a companhia a estratégia de inovação, ou seja, a competência para se adequar à evolução do mercado, dos produtos e serviços, das novas necessidades dos consumidores, justificada nas profundas transformações do mundo atual, no qual a velocidade do conhecimento humano e tecnológico são irreversíveis. Segundo o renomado palestrante, consultor de empresa e autor de grandes best-sellers – Roberto Shinyashiki: “vivemos o mundo em que o conhecimento humano foi socializado e as suas transformações nos chegam em tempo real”. E para o Profº Luis Marins – “a única coisa certa é a contínua mudança do mundo em que vivemos”.
Dependente deste novo cenário de mercado, compete ao marketing de cada empresa planejar-se para definir as linhas de relacionamento entre – mercado, empresa, consumidores e produtos, por meio de estratégias eficazes e compatíveis com a realidade de mercado, a cada momento. Se a empresa não voltar-se para este “foco de futuro”, por intermédio do seu marketing criativo de relacionamento interno e externo, ficará reproduzindo indefinidamente o passado e não acompanhando as novas tecnologias do mundo moderno, segundo o Profº Roberto Shinyashiki e conclui : “ficará falando sozinha”.
Segundo recentes estudos realizados por executivos de grandes empresas nacionais e estrangeiras, nos EUA e Europa, os seus consultores – Troiana Consultoria de Marca – Renata Lima e Fernando Jucá ressaltaram algumas dessas tendências que, certamente, mexem com os negócios atuais da empresa, não importando em que segmentos estejam atuando.
Afinal de contas, qual é o objetivo ou função do marketing na empresa? O foco central do marketing de relacionamento de cada empresa é o cliente – interno, seus colaboradores, e externo – os seus consumidores. A grande e única verdade é que se a empresa quiser entendê-los, haverá de mergulhar-se na sua vida: hábitos, comportamento humano, perfil financeiro, social, no que diz, fala e pensa. Contudo, não devemos esquecer de uma grande verdade ou máxima – “os consumidores dizem o que pensam, mas, fazem o que sentem”. É inevitável que a empresa conviva com o cliente, buscando sempre algo para encantá-lo. Pesquisar o cliente é relevante, continuamente, como a melhor forma ou caminho para entender suas necessidades, anseios e bem-estar. E há quem afirme : “use e abuse de contatos com especialistas de gente, isto é, com gente que enxerga o que o consumidor é capaz de ver”.
A partir desta realidade mercadológica, os produtos e serviços devem estar agregados de características identificadas para cada cliente, já que ele não compra o produto em si, mas, satisfação, auto-estima, sonhos, lazer para a família, vaidade, comodidade.
Como reflexão final, muitas dessas tendências já estão acontecendo, fortemente, no dia-a-dia das empresas. O essencial é definir estratégias de marketing para dominá-las. Em suma: “trocar o retrovisor pelo pára-brisas, ou seja, olhar sempre para frente”. (publicado no Jornal O Estado, em 02/01/2006).
João Gonçalves Filho (Bosco) é administrador de Consórcio. ([email protected])