A ACSP – Associação Comercial de São Paulo realizou ontem (09/06) em sua sede, no Centro de São Paulo, um evento sobre sustentabilidade. Na programação, o norte-americano Bruce LaRue, presidente da consultoria Applied Development Services e membro do Conselho Consultivo do Instituto Internacional de Management (IIM). Entusiasta do posicionamento brasileiro mediante a atual conjuntura mundial, o especialista em estratégias empresariais não economizou elogios e observações sobre a conduta do País. “O Brasil é o país emergente que apresenta mais condições de se sobressair no atual cenário global multipolar. Digo isso tanto no cenário social quanto econômico e ambiental”, ressaltou.
O especialista destacou os fatores que estão em jogo na atual conjuntura global, que ele nomeou de VUCA (em português, VICA), um acrônimo de: volátil, incerto, complexo e ambíguo. “A companhia que não souber lidar com essas peculiaridades não só não conseguirá desenvolver negócios com sustentabilidade como também corre sérios riscos em manter a sua atuação”, alertou. Outro desafio detectado por LaRue são as características indispensáveis para as empresas. “Para as companhias sobreviverem no atual cenário global, alguns pré-requisitos são vitais. São eles: adaptação sobre estabilidade, auto-organização, ter objetivos claros, não ser linear e ser ‘caórdica’ – ou seja, saber mesclar caos com ordem”, apontou.
LaRue fez críticas sobre o consumo em massa, responsável por 2/3 da economia ocidental. Segundo o executivo, esse consumo não é sustentável, o que pode colocar em xeque os negócios das próprias empresas que os fomentam. “Hoje em dia, as pessoas não procuram mais por produtos ou serviços fundamentais para a sobrevivência, mas para serem felizes. E muitas vezes elas são induzidas a isso”, comentou.
Para finalizar, o especialista apontou que oportunidades devem ser exploradas para fazer da sustentabilidade uma forte aliada do desenvolvimento econômico. “Ser sustentável não é meramente ter boa imagem: é garantir a manutenção do seu negócio a longo prazo. Conforme eu disse anteriormente, com o Brasil ocupando essa posição de destaque em âmbito mundial, é fundamental que ele adote determinadas condutas”, ressaltou LaRue, especificando que “o País deve criar tecnologias e exportá-las – caso contrário, elas serão importadas”.