Facebook pode ser plataforma de negócios



Autor: Silvio Tanabe



A mais recente pesquisa da ComScore revelou que a quantidade de usuários do Facebook no Brasil chegou a 19 milhões de pessoas em março, número três vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Se continuar nesse ritmo, o “Face” (como gostam de chamar os mais íntimos) tomará o lugar do Orkut como rede social mais usada pelos brasileiros.


Fenômeno semelhante ocorre em outros países, como os Estados Unidos. Lá, nem mesmo a News Corp., uma das maiores empresas de mídia do mundo e dona do MySpace, conseguiu segurar a ascensão do Facebook, que já reina absoluta. Pesquisa da empresa Edison Research, 51% dos cidadãos americanos com mais de 12 anos tem perfis no Facebook.

 
Para os negócios, esta tendência significa um impacto semelhante ao provocado pelo Google pouco mais de uma década atrás. Ou seja, a criação de um revolucionário modelo de publicidade online que trará oportunidades para empresas dos mais diversos portes e segmentos. Tanto que na terra de Barack Obama já existem companhias que estão abandonando seus sites institucionais para se concentrar em fan pages, exemplo já seguido pelos mais ousados no Brasil, caso da agência de publicidade África (www.africa.com.br).

Há três boas razões para acreditar que o Facebook tem condições de se tornar uma nova plataforma de negócios na internet, rivalizando com o Google. Primeiro pela grande escala mundial de usuários, que cresce a um ritmo acelerado. Segundo porque vem se mostrando bastante lucrativa e, portanto, sustentável (o site levantou US$ 1,9 bilhão em 2010, enquanto o faturamento do badalado Twitter não passou de US$ 45 milhões). Terceiro, e o mais importante para as empresas, é que a cada dia a rede de Mark Zuckerberg vem se aprimorando como plataforma de mídia, marketing e negócios.


Ao contrário de outras redes como o Orkut, desde o início a proposta do Facebook foi mais “amigável” para que as empresas se relacionassem com os participantes de forma natural, sem grandes apelações comerciais e de propaganda. O que a equipe de desenvolvimento do site vem fazendo é aperfeiçoar o acesso e as formas de interação. E, pelo que mostra o crescimento da plataforma no mundo corporativo, marcar presença no Facebook certamente parece ser um bom negócio. Algumas das vantagens mais evidentes são:


Estar presente na rede social que mais cresce no mundo e que conta atualmente com 600 milhões de usuários; atuar em uma rede social como uma “pessoa jurídica” e não disfarçada de “pessoa física” como em outras redes, conferindo mais naturalidade e transparência ao diálogo; disponibilizar diversos aplicativos e games, que podem ser incorporados à fan page como forma de interação com os visitantes. Estima-se que hoje nada menos do que 2,5 milhões de desenvolvedores criem aplicativos para a rede.


Integrar de forma mais natural, dentro de sua fan page, outras mídias sociais complementares, como o YouTube, Flickr, Twitter e blogs, facilitando o acesso dos “fãs” a estes conteúdos e aumentando a interatividade; disseminar mensagens virais, por meio dos comentários. Gostou desse artigo? Clique em Curtir e não só seus fãs no Facebook mas também em outras redes sociais dos quais você participa também ficarão sabendo. Esse recurso, o Facebook Connect, rapidamente copiado por outros grandes sites como o Google e Yahoo!, permite que o conteúdo de qualquer site se torne social.


Então quer dizer que o negócio é aposentar meu site e partir para o Facebook direto? Calma, também não é assim. O site institucional continua sendo muito importante no Brasil. Embora não tenha a fluidez das redes sociais, continua sendo a principal referência de uma empresa na internet, transmitindo credibilidade justamente por sua “solidez”. Por esse motivo acredito que ainda vá ter vida longa, embora deva sem dúvida passar por uma evolução até ser totalmente incorporado ao ambiente social da web.


Fortalecer a presença no Facebook deve ser encarado como mais um passo da empresa em sua estratégia de marketing digital. Assim como outras ações nas redes sociais, os resultados nesse tipo de empreendimento devem ser pautados pelo conhecimento do público-alvo, definição clara dos objetivos, planejamento, definição de uma estratégia própria e monitoramento dos resultados.
 
O Facebook Marketing está apenas em seu princípio e, longe de esgotar o assunto, este artigo tem por objetivo ser um ponto de partida, contribuindo para que os empresários e profissionais de marketing comecem a planejar como inserir suas empresas de vez nas redes sociais.


Silvio Tanabe é consultor de marketing digital da Magoweb

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