O comércio eletrônico brasileiro deverá bater recorde de vendas no Natal deste ano, quando se espera que as vendas aumentem 50% em relação a 2004. Embora favorável, a projeção traz preocupações não só aos varejistas como também às operadoras de cartões de crédito e bancos. Isto porque neste período também cresce a ação de hackers no intuito de ter acesso a informações confidenciais de empresas e consumidores, as chamadas fraudes digitais.
Segundo levantamento de consultorias especializadas, os prejuízos causados por quebra dos sistemas de segurança, invasão de banco de dados, disseminação de vírus, “códigos maliciosos” (programas de computador ou páginas na web criados para enganar e roubar informações de internautas) foram responsáveis por cerca de R$ 1 bilhão em prejuízos em 2004. E, por conta do crescimento das tentativas de fraudes registradas ao longo do ano, essa cifra que deve ser ainda maior em 2005.
Além das perdas financeiras, estar sujeito às fraudes digitais compromete a imagem das empresas, pois revela a sua fragilidade em manter informações confidenciais dos clientes em segurança. Segundo pesquisa recente realizada nos Estados Unidos com mil vítimas de fraudes digitais, 20% disseram que já romperam a relação com empresas que mantinham os seus dados, enquanto 40% afirmaram que a atitude está em seus planos. Outros 5% dos entrevistados entraram na justiça contra as empresas por terem tido os seus dados expostos.
“Hacker deixou de ser um hobby para se transformar em atividade criminosa profissional, inclusive com o envolvimento do crime organizado”, destaca Sergio Leandro, diretor da OS&T Informática, empresa especializada em segurança digital. Por esse motivo, suas ações são cada vez mais sofisticadas e difíceis de detectar, mesmo que a vítima possua mecanismos contra invasões, como firewall, anti-vírus e anti-spams.
“Essas ferramentas não são garantia de que a empresa está segura contra a ação dos hackers, da mesma forma que grades, alarmes e câmeras não garantem segurança total contra os assaltantes”, compara. “Esses dispositivos são essenciais, mas é necessário adotar também medidas de prevenção como monitoramento contínuo da rede, auditorias de segurança e um plano de emergência com procedimentos imediatos a serem executados em caso de invasão”, explica Sergio.