João Gonçalves Filho
No mercado de Recursos Humanos, a importância do funcionário da empresa é algo por demais discutido, visando-se definir o perfil ideal do colaborador para cada tipo de negócio. Para o Consultor de Empresa, Luiz Carlos Campos, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), apesar do mercado de trabalho exigir mais informações e cultura, é fundamental que as pessoas tenham a humildade, sempre, para quererem aprender, adequar-se à realidade do mundo moderno, além de toda uma energia para se reerguerem dos inevitáveis “tombos e tropeços”. E afirma o consultor: “acreditamos que o emprego tradicional, com carteira assinada, não vai acabar e que, certamente, não será a única forma de relação – trabalho e geração de renda”. A palavra-chave neste processo de relacionamento, segundo renomados consultores, já tem um nome – “trabalhabilidade”, algo para relacioná-la mais ao trabalho produtivo de cada colaborador da empresa e menos ao emprego em si, mercê à realidade hodierna deste novo vínculo empresarial. Para outros consultores, a palavra-chave “empregado” será substituída por “empregável”, já que o colaborador não possui relação eterna de emprego, mas, empregável, à medida que possa gerar resultados lucrativos.
O sucesso das “empresas excelentes” passa pela plena consciência dos seus gestores de que as pessoas constituem-se em recursos estratégicos das organizações modernas, lucrativas e competitivas. Equivocada afirmativa de que o lucro será obtido, a qualquer preço, sem que haja o envolvimento das pessoas neste processo estratégico. Para o Profº Luiz Carlos Campos, esta convicção, modernamente, está exaurida, fatores outros relevantes estão englobados para a obtenção do lucro. Colocá-lo à frente dos talentos e liderança dos seus colaboradores, craques, no mínimo, representa uma “miopia gerencial e corporativa”.
A estratégia de sucesso da empresa está alicerçada em três segmentos imprescindíveis: a questão da produtividade está estreitamente relacionada com os recursos humanos; a competitividade ao lado das organizações; e a “trabalhabilidade” ligada às pessoas. O grande desafio é encontrar a equação em que a empresa esteja, cada vez mais afinada e acelerada em inovar-se para ser mais competitiva, lucrativa e líder de mercado, como definir ações gerenciais, que possam manter operantes os sistemas e organizações vivas e atuantes. A equação, portanto, é complexa e a principal variável será a “gestão das pessoas de talentos”. O alvo é a gestão destes valores humanos para gerir gente, seres humanos, dotados de sentimentos, para construir novas culturas organizacionais, que estimulem e retenham pessoas/colaboradores preparados com potencial para criar, agir e fazer as coisas acontecerem dentro da empresa.
Neste processo de gestão, a grande pergunta é: o que esperam os colaboradores das empresas para que os levem a serem comprometidos e gerem resultados positivos para as mesmas? A reciprocidade a uma perfeita parceria – pessoas e empresa – passa por algumas expectativas, que variam de pessoa a pessoa e, certamente, dependem do estágio e cultura de cada empresa, nesta estratégia. Entre as múltiplas expectativas comprovadas, destacamos: reconhecimento pelos gestores da empresa do potencial e esforço de cada colaborador nos resultados finais, sobretudo, serem motivados, continuamente, a serem mais produtivos para a “excelência da empresa”; que sejam tratados como verdadeiros parceiros do negócio, sentindo-se “dono do negócio” sendo a “transparência de relacionamento” algo palpável, praticado em sua plenitude; que sejam competentes na gestão do negócio, noutras palavras, sejam envolvidos na capacitação gerencial dos diversos segmentos de cada empresa. Enfim, deve a empresa, clara e nitidamente, dizer o que ela espera dos seus colaboradores. Muitas empresas, equivocadamente, afirma o Profº Luiz Carlos Campos – “guardam debaixo de sete chaves e no cofre os seus planos e objetivos negociais da empresa”. A velocidade das informações e o avanço das tecnologias estão a exigir, cada vez mais, colaboradores competentes e talentosos.
João Gonçalves Filho (Bosco) é administrador de Consórcio. ([email protected])