O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, CEBDS, lançou ontem, 30 de setembro, duas publicações da série “Como Inserir a Sustentabilidade em seus Processos – Finanças e Gestão de Pessoas”. Os volumes fazem parte de uma série de 10 guias, cujo objetivo é engajar as diferentes áreas das empresas, tornando a sustentabilidade transversal a elas. Inspirados em cases, boas práticas e experiências de sucesso em empresas líderes no país, cada guia busca fomentar e orientar profissionais de diferentes departamentos a aplicarem a sustentabilidade no dia a dia das organizações.
Ainda mais neste momento, em que a preocupação pela sustentabilidade nas empresas tem crescido. Em uma pesquisa feita Fundação Dom Cabral, com mais de 400 companhias, 78% delas afirmaram que a preocupação com a sustentabilidade de fato está na estratégia de negócios, mas apenas 36% têm ações concretas relacionadas ao tema e 37% dos executivos têm metas de responsabilidade ambiental. Sem contar que as empresas brasileiras ainda percebem ações voltadas para a sustentabilidade somente como uma valorização de sua marca e imagem (78%). Somente então, percebem que a sustentabilidade pode melhorar o relacionamento com os stakeholders, gerar mídia positiva para a empresa, motivar seus funcionários e melhorar seus processos (68%). Além disso, somente 42% consideram que a sustentabilidade aumenta a margem de lucro da empresa. E apenas 36% consideraram que o tema permite uma expansão da área de atuação internacional.
“A dinâmica do desenvolvimento sustentável aplicada aos negócios das empresas, nos mais diversos setores, é o que concretiza de fato o conceito de ´sustentabilidade´ e é capaz de repercutir sobre aspectos cruciais visando à manutenção, continuidade e sobrevivência dos negócios”, explica Marina Grossi, presidente do CEBDS. Essa dinâmica afeta a reputação da empresa e, consequentemente, o seu desempenho e a aceitação ou a rejeição de seus públicos de relacionamento. Há empresas que assumem de fato um compromisso com o mundo e não só repensam seus processos para torná-los amigáveis ao futuro, como disseminam essa ideia.
Os guias trazem conceitos, especificidades dos setores industrial, de varejo e de serviços, além de recomendações, dicas e experiências positivas de empresas, que já implementaram essa gestão. “A alta liderança precisa comprar a ideia”, falou Sidemberg Rodrigues, gerente de comunicação, imagem e responsabilidade social da Arcelor Mittal. “Para chegar a toda empresa é preciso investir tempo, ir até os locais, explicar, comunicar e trocar”, completou Flávia Tozatto – gerente de Sustentabilidade da BASF.
O Guia para a área de Finanças tem o objetivo de apoiar o departamento na adoção de práticas que promovam o desenvolvimento sustentável da organização, entendendo a sua interdependência com o mercado onde atua. O guia aborda a relação entre a sobrevivência do negócio com seu papel de transformação e geração de mercado para seus produtos, retroalimentação da cadeia de consumo, produção, geração de renda e como a corporação integra-se à rede de atores. Já o Guia para a área de Gestão de Pessoas visa apoiar o departamento na adoção de práticas que promovam o desenvolvimento sustentável da organização, desde a função estratégica da área, contratação do colaborador, integração dele em suas funções e no seu dia a dia.