Inovação, quem não quer?



Apesar da ampla consciência do mercado de que inovar traz ganhos não só para a empresa, como para a economia em geral, muitos empresários ainda enfrentam dificuldade para chegar até as linhas de financiamento. “Não adianta querer ser inovador se não é permitido isso”, afirmou Vlademir Bin, diretor-geral da Adlead no Brasil, no debate que seguiu a palestra de Milton Luiz de Melo Santos, presidente da DesenvolveSP, agência de desenvolvimento do Estado de São Paulo, no primeiro painel do XI Encontro com Presidentes, ontem (22), em São Paulo.

 

Bin colocou que no Brasil há dois problemas que precisam ser resolvidos para que esse cenário mude. Um dele é a falta de informação de como chegar aos investimentos. “Além disso, ainda há muitas limitações para as empresas, o que acaba diminuindo o potencial de inovação. Eu mesmo já passei por isso em uma empresa anterior que havia fundado”, contou o executivo, no painel que teve Miguel Ignatios, presidente do conselho da Golden Cross e da Fenadvb, como moderador.

 

Nesse mesmo ponto, Edson Barbieri, presidente da ExactTarget e diretor da Abemd, Associação Brasileira de Marketing Direto, defendeu que, além do acesso difícil às linhas de financiamento, também falta um maior preparo por parte dos empresários. “O empresário muitas vezes não consegue ter acesso a inovação, porém quando tem não consegue aprovação porque a gestão ainda não é profissional”, comentou. Ele alertou para a necessidade de uma qualificação melhor dos empreendedores para que o Brasil atinja todo o potencial que possui. Ele citou, inclusive como exemplo, a área de marketing digital, onde há muitas empresas inovadoras. “Hoje já não há um gap tão grande em relação à outros países”, acrescentou.

 

O presidente da ADVB-SP e do Hotel Terras Altas, Latif Abrão Jr., foi mais além afirmando que no Brasil não há falta dinheiro, mais sim de competência aos empresários e governo de como usar os recursos que o país possui. Por parte do Estado, Latif comentou que muitas vezes quer ajuda dos empresários, porém atrapalha com o excesso de burocratização e impostos. “Já nós empresários dependemos demais do governo, nas três esferas. Ficamos esperando que eles sejam os agentes fomantadores e resolvam todos os nosso problemas. Precisamos resolver essa agenda e alinhar os objetivos e as ações para chegar até eles”, concluiu.

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