Autor: Sergio Dias
Inicialmente, vamos entender o que é considerado inovação. Inovação significa novidade ou renovação. A palavra é derivada do termo latino innovatio e se refere a uma ideia, método ou objeto que é criado e que pouco se assemelha com padrões anteriores. Ou seja, inovação é quebra de paradigma. É fazer diferente.
Mas não basta simplesmente criar algo novo para ser considerado como inovação. É preciso que esse algo novo seja consumido pelo mercado e resulte em riqueza para o empreendimento. Portanto, a inovação só é caracterizada como tal quando o produto, serviço ou processo dito inovador é colocado no mercado e produz resultado financeiro.
Entretanto, inovar não implica necessariamente em criar algo novo – isso seria uma inovação radical. Existem inovações que adicionam funcionalidades em produtos ou serviços já existentes – chamado inovação incremental.
Para se chegar a uma inovação, antes é preciso entender o comportamento do potencial cliente e criar algo que o atraia, ou seja, uma proposta de valor. Esse processo se inicia na observação do mercado e dos consumidores para identificar uma demanda não atendida – uma lacuna no mercado.
A observação do cliente começa pela análise do seu comportamento, ou seja, o porque de sua vontade de comprar. Clientes são seres complexos e possuem diversas características de comportamento de consumo. Clientes consomem por hábito, preferência, expectativa ou necessidade. Identifique essas características em seu universo de clientes e crie algo para satisfazer uma ou várias dessas características.
O cliente é o ponto focal de qualquer negócio e para ele devem ser dirigidos seus esforços de criação. Conquistar novos clientes em 2018 ou em qualquer época requer do empreendedor essa habilidade de prospectar as lacunas no mercado, ou seja, as demandas não atendidas e a capacidade de criar algo novo que encante os clientes.
Entenda como é o processo de decisão dos clientes. Começa quando eles identificam uma necessidade não satisfeita (a tal demanda não atendida) e fazem alguma coisa para mudar essa situação. Em seguida eles buscam informação em experiências anteriores ou nas redes sociais e fazem suas avaliações sobre as opções disponíveis. Nessa fase é importante conhecer quais são as características desses clientes e quais as razões que o levarão a comprar o que você está ofertando.
Realizada a compra, o processo tem seguimento na forma de garantir que a satisfação do cliente tenha sido realizada. Muitas empresas não valorizam essa fase, deixando escapar a oportunidade de saber se o produto ou serviço foi capaz de satisfazer as necessidades do consumidor e de construir um relacionamento duradouro e lucrativo.
Lembre-se sempre: demandas não atendidas são oportunidades de inovação.
O grande segredo para o sucesso no processo de inovação é que não há segredo. Não existe uma receita de bolo. O que existe é uma mistura de ingredientes – atitude, garra, determinação, criatividade, planejamento, capacidade de envolver os colaboradores e uma vontade imensurável de vencer todos os desafios.
Inovar significa buscar incessantemente o crescimento e a liderança e isso envolve criatividade, transpiração, persistência e risco.
É bom considerar que inovar tem risco, mas o maior risco é não inovar e perder as oportunidades que possam aparecer. Existe a possibilidade de erro, da inovação não dar certo, mas errar faz parte do processo. Considerar essa possibilidade e calcular os riscos também.
Sergio Dias é sócio da Sdias Consultoria e prestador de serviços de consultoria no Sebrae/RJ, nas áreas de gestão da inovação e planejamento estratégico. Também é consultor e facilitador de cursos de inovação na Firjan e na Anpei, além de vice- presidente da Assespro-RJ e membro do Conselho Empresarial de Inovação da Associação Comercial do Rio de Janeiro.