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Intenção de consumo cai novamente

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) voltou a cair em julho, marcando a quarta queda consecutiva. No mês, o indicador atingiu os 86,2 pontos, recuo de 3,9% na comparação com junho (89,7 pontos). Apesar da sequência negativa, o ICF está 10,3% acima do patamar de julho de 2017, que foi de 78,2 pontos. O ICF é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação, e acima de 100, satisfação em relação às condições de consumo.
Todos os sete itens que compõem o ICF ficaram abaixo da pontuação de junho, fato que não ocorria desde maio de 2016, quando o País atravessava o auge da crise política, com o processo de impeachment. O maior recuo foi notado no item Perspectiva de consumo (-7,9%), que passou de 92,7 pontos em junho para 85,4 pontos no mês atual. Em apenas dois meses, a proporção de entrevistados que declarou que o nível de consumo nos próximos meses de sua família e da população em geral tende a ser menor do que há um ano subiu de 35,6% para 41,4%.
O item Momento para duráveis também apresentou retração (-7,3%) e atingiu 56,1 pontos, sendo, assim, a pior pontuação do ICF neste mês. No mês passado, o indicador que mede o apetite em compras de bens que são, em grande parte, financiados ou parcelados marcava 60,5 pontos. Ainda de acordo com a Federação, para o curto prazo, a tendência é a mesma. O item Nível de consumo atual caiu 3,6%, ao passar de 61,2 pontos em junho para 59,1 pontos em julho. A maioria (54,1%) ainda aponta que está consumindo menos do que há um ano.
O item Renda atual regressou ao patamar pessimista (abaixo dos 100 pontos), com 97,3 pontos, queda de 2,7% em relação a junho. Desta forma, voltou a ter a maioria dos entrevistados (33%) que respondem que o atual nível de renda está pior do que no mesmo período do ano passado. Os dois itens relacionados ao emprego, Emprego atual e Perspectiva profissional, recuaram 2% e 2,3%, respectivamente. No entanto, são os únicos que ainda estão no patamar otimista, acima dos 100 pontos. A pontuação foi similar, de 108,4 pontos para o primeiro e 109,4 pontos para o segundo. E com a instabilidade na renda e no desemprego, os bancos voltam a ficar mais seletos na oferta de crédito. E, segundo a FecomercioSP, as famílias sentem isso. O item Acesso ao crédito caiu 3,3% e atingiu os 88 pontos. Em julho, foram 42% dos entrevistados que responderam que está mais difícil, em relação ao ano passado, conseguir empréstimos para compras a prazo.
De acordo com a Federação, essa sequência negativa que se iniciou em abril evidencia a deterioração das condições econômicas das famílias. A economia mais fraca e a incerteza política geram preocupações em relação a renda e emprego, fatores fundamentais para incentivar o consumo das famílias. Aliado a esses pontos, o ICF de julho ainda reflete negativamente a recente greve dos caminhoneiros.

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