Com a quase a totalidade das lojas franqueadas dentro dos shopping centers, a Halipar, que congrega as marcas Griletto, Montana Grill, Jin Jin e Croasonho, encontrou no delivery sua grande válvula de escape diante do lockdown. O sistema de entregas, que se encontrava no radar antes da crise, foi acelerado, se moldando à mudança de hábito dos consumidores e, hoje, já representa quase um terço do faturamento geral. Outro movimento importante da holding nesse momento foi o lançamento do Halifood, que começou a sair do papel em fevereiro do ano passado e promete se expandir pelo país. Trata-se de um espaço que reúne as marcas em um único e exclusivo espaço, com cozinha compartilhada, o que oferece experiência diferenciada aos clientes e otimiza os custos aos franqueados. Os detalhes a respeito foram compartilhados, hoje (29), por Jorge Mariano, gerente de expansão da Halipar, ao longo da 356ª live da série de entrevistas dos portais ClienteSA e Callcenter.inf.br.
Abrindo a conversa com um pouco da história da Halipar – sigla de Holding de Alimentação e Participações, fundada pelo empresário Ricardo José Alves -, o executivo contou que ela nasceu em 2016, ao longo de uma trajetória que se iniciou anos antes com a rede Griletto, vindo em seguida a aquisição da Montana, que deu origem ao grupo J.Alves, até haver a fusão com o grupo Ornatus, constituindo-se na holding detentora das marcas Griletto, Jin Jin, Croasonho e Montana Grill, com participação minoritária, ainda, da G5 Evercore Private Equity. Atualmente, são mais de 400 franqueados, encontrando-se em ritmo de expansão orgânica e em busca de novos parceiros. E que passaram por um grande desafio. Na travessia dos transtornos advindos no rastro da crise sanitária global, a principal mudança foi a aceleração do ritmo de implantação do sistema de delivery em todas as marcas. “Isso foi o que permitiu que nossos franqueados ultrapassassem as dificuldades enfrentadas por todos os players do segmento. Felizmente, o modelo já estava formatado e testado em várias unidades do negócio antes da pandemia.”
Depois de lembrar que 90% das lojas franqueadas se encontram em shopping centers, que foram fechados durante a quarentena, o gerente ressaltou que a única dificuldade foi exatamente garantir que todas as marcas passassem rapidamente a operar integralmente no modelo de entregas. Nesse sentido, quanto à mudança do perfil comportamental dos consumidores, o executivo destaca o hábito de pedir também a comida do dia a dia para consumir em casa e não mais apenas os lanches e pizzas do delivery tradicional. Tanto que os serviços de entrega em domicílio das marcas, que saíram do papel há apenas um ano e meio e se concretizaram com um contrato de exclusividade com o IFood, já representam cerca de 30% do faturamento dos negócios.
Indagado sobre algumas das saídas criativas na transição pós-lockdown, ele descreveu o sucesso que tem sido o modelo de negócio batizado de Halifood. Trata-se de unir as marcas em um único espaço, mas com todo o back office – cozinha e serviços – compartilhado. “É uma novidade e tem sido a coqueluche do nosso negócio. Não só porque é um ponto de encontro para os clientes com amplitude de escolhas na alimentação, mas porque representa praticidade e redução de custos para nossos franqueados.” Está dando tão certo, ressaltou Jorge, que a organização planeja expandir dos dois pontos atuais, em Campinas e na capital paulista, para 15 em vários pontos do país até o final de 2022. E não mais em shoppings, mas, de preferência, em postos de gasolina com área de conveniência.
Abordando um pouco o funcionamento sob o âmbito do franqueado, o executivo explicou que ele só tem de se preocupar com as operações e as vendas, ficando todo marketing, à exceção de ações pontuais e locais, à cargo da gestora dos empreendimentos. Para tomada de decisões com base na vivência dos franqueados, a holding mantém um comitê de gestão de cada marca que se reúne mensalmente, por comunicação remota, com todos os empreendedores parceiros. “Como estão em contato direto com o consumidor final, os franqueados contam com toda nossa escuta ativa e norteiam nossa trajetória. Ao ouvi-los atentamente, aprendemos e aplicamos no dia a dia e nas inovações.” Ele acrescentou ainda que, no relacionamento com os clientes, embora dentro de uma plataforma única, o atendimento é descentralizado por marca. Cada uma delas tem seu próprio SAC, embora usufruindo da mesma infraestrutura tecnológica.
O vídeo com o bate-papo na íntegra está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 355 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A série de entrevistas prosseguirá amanhã (30), recebendo Tahiana D’Egmont, CMO e sócia da MaxMilhas, que falará da inovação entregando valor aos viajantes; e, encerrando a semana, o Sextou trará o debate sobre o conceito de last mile e seu impacto na experiência de e-commerce, com a participação de Daniel Ribeiro, diretor de transformação logística da Via, Luiz Vergueiro, diretor de operações do Mercado Livre Brasil e Marcelo Scandian, CXO e co-fundador da MadeiraMadeira.