Lição de democracia das redes sociais

Autor: Marco Stefanini
 
As manifestações do dia 13 de março de 2016, que reuniram nas ruas pelo País cerca de seis milhões de pessoas, apontam o fortalecimento da democracia e do alcance das mídias sociais. No primeiro caso, fica a lição de que é possível discutir pontos de vista diferentes, sem violência. Já as redes sociais, atuantes em outros eventos populares, reforçam seu poder de articulação.
 
Para se ter uma ideia da capacidade de engajamento das mídias sociais, o evento no Facebook criado para a manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, contava na sexta-feira com a adesão de 362 mil pessoas, 105 mil interessadas e seis milhões convidadas. Neste espaço, não cabe discutir quem está certo ou errado, quem é a favor ou contra do impeachment. Mas o significado dessa ampla mobilização e de que forma a tecnologia pode contribuir nesses cenários.
 
Quando se torna uma ferramenta de divulgação de ideias, as redes sociais ampliam o debate, incentivam o compartilhamento de experiências e a busca de iniciativas que visam melhorar o dia a dia das pessoas. Há quem diga que a democracia no Facebook se limita a dizer o que a maioria quer ouvir, reunindo pessoas que pensam de maneira similar. Em alguns casos, isso realmente acontece. Porém, com o amadurecimento dos canais sociais, os cidadãos se permitem ousar mais, expor determinados pontos de vista que nem sempre refletem o que eu ou você queremos ouvir. Isso faz parte da democracia e do contínuo aprendizado de conviver em sociedade.
 
Além de mobilizar pessoas, as mídias sociais são apontadas por grandes corporações como parte de suas estratégias de marketing e vendas. Com a popularização do conceito de Big Data e com o surgimento de novas soluções de Analytics, fica mais fácil entender o perfil do seu público, o que ele gosta, quais são suas necessidades imediatas e como a empresa pode surpreendê-lo. 
 
A tendência é que as companhias utilizem cada vez mais as redes sociais para gerar reputação de marca. Geralmente, atrelada à imagem que o cliente tem de você. Este ponto é fundamental: saber como a sua empresa quer ser percebida e como ela é de fato percebida pelo mercado. 
 
Para incrementar essa relação de confiança entre empresa-cliente ou organizações-sociedade, as redes sociais têm um papel importante na comunicação. Assim como o bom senso, a transparência nesse diálogo é imprescindível para aproximar, fidelizar e gerar assertividade nas decisões, sejam elas corporativas, sejam sociais.
 
Marco Stefanini é CEO global do Grupo Stefanini

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