A sociedade encontra-se muito mais engajada em criar um mundo melhor para viver. Seja em relação à sustentabilidade, saúde e bem-estar, ou em questões de solidariedade, a fim de ajudar os mais necessitados, as pessoas estão mais preocupadas com a maneira como vão deixar o mundo para as futuras gerações. Essa preocupação também está cada vez mais relacionada com o que se consome. Sendo assim, é crescente o número de marcas que estão engajadas em alguma causa social. Como afirma Rodrigo Vanzan, CEO da 4Buzz, tais ações não só permitem uma aproximação com o cliente por meio de atributos muito mais fortes do que preço ou produtos e serviços, como também “ocorre pela humanização da entidade, que passa a representar, através de suas ações, valores humanos semelhantes aos de seus clientes ou público-alvo”.
Ações de social branding, como também podem ser chamadas, ainda permitem que o negócio também humanize aqueles valores presentes em sua Missão, Visão e Valores, fazendo com que saia do âmbito corporativo e seja apresentado à realidade do público. Mas, segundo o executivo, um ponto crucial para o sucesso dessas estratégias é que elas sejam feitas de forma verdadeiras, ou seja, que a empresa realmente deseja ser personagem ativo para melhorar o ambiente ao qual está inserida e não com objetivos comerciais ou de conquista de público. “Ela pode e deve ativar este engajamento, deve expor todo seu compromisso e envolvimento com as causas escolhidas exaltando sua característica como agente de mudança, não devendo ser comercial nem aos olhos dos clientes e nem aos olhos dela própria”, ressalta. “Quem tornará bem sucedida a iniciativa social da empresa é a avaliação das pessoas em relação à autenticidade daquele valor.”
Em outras palavras, a marca deve ser para o seu público a autora de causas que realmente quer se engajar. “A sensação de seu público deve ser: ´não tenho condições de ajudar a instituição ou projeto A ou B, mas sou fiel a uma empresa que faz isso por mim´”, adiciona Vanzan. Outro fator importante para que haja essa veracidade é a área em que a empresa irá atuar. Focar em questões que permitam diminuir o impacto que o negócio pode causar é uma forma bem sucedida e possui relação com o segmento ao qual está inserido. Por exemplo, uma marca que se relaciona com mulheres que tenham até 25 anos e cria uma ação voltada para dar aulas de futebol a crianças carentes pode ser interessante, mas pode ser mais ainda se o foco for para tirar essas crianças da rua, enquanto suas mães estão no trabalho.
Já o fato de o social branding ser voltado ao engajamento nas redes sociais, o CEO explica que sua importância é justamente pelo fato desse ser o meio em que o público mais se faz presente. “Por meio delas, as pessoas têm tido oportunidade de se relacionar com muito mais frequência e não só no momento de consumo”, conta. Tanto que, hoje, um cliente sabe mais das empresas por meio dessas plataformas do que nos próprios sites. Sendo assim, inclusive, as estratégias sociais devem acompanhar essa atual condição de relacionamento, se o intuito é divulgar e engajar o público. “As pessoas se agrupam socialmente a partir do alinhamento de valores humanos e pessoais, que vem por tradição de família ou por meio de convicções e ideologias. Os clientes se conectam ou não por meio de avaliações de compatibilidade (ações e valores). Se as atitudes de uma empresa estão alinhadas com os valores de seu público, não há concorrência que possa contra isso”, finaliza.