MaxiMídia, o futuro do marketing e da comunicação


A 16ª. Edição do MaxiMídia, um dos mais prestigiados eventos de comunicação do Brasil, terminou na ultima quinta-feira (06/10). No total, foram cerca de 12 mil executivos que circularam pelo Fórum Internacional de Marketing e Comunicação, pelo Prêmio MaxiMídia, pelo MaxiMídia Sat e pela Feira de Negócios. Segundo o idealizador do evento, José Carlos de Salles Gomes Neto, presidente do Grupo Meio & Mensagem, o MaxiMidia 2006 cumpriu seu objetivo. “O evento apresentou e discutiu temas palpitantes, que vão contribuir para o aprimoramento do mercado e a reciclagem de seus profissionais”, disse.

Um dos pontos altos foi o ciclo de palestras do Fórum Internacional de Marketing e Comunicação. O primeiro painel foi considerado, por muitos, um dos mais controvertidos. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, sócio da TV Vanguarda e ex-vice presidente da Rede Globo, jogou um balde de água fria na TV Digital. O empresário, que já vinha dando sinais que a nova tecnologia não decolaria tão cedo no Brasil, derrubou vários argumentos favoráveis à TV Digital, como por exemplo, a elevação de custos em toda a cadeia produtiva do setor, desde produtores, transmissores, anunciantes e até dos telespectadores. Também condenou o modelo adotado no País, uma mistura do padrão japonês com tecnologia local, que não abre espaço para novas emissoras. “O impacto da televisão digital será muito menor do que foi a virada para a televisão colorida”, disse Boni.

Existem hoje, no Brasil, 50 milhões de aparelhos analógicos, que terão de ser substituídos pelos digitais para que o ciclo se complete. A própria adoção do set top box tem uma barreira, que é especialmente crítica no mercado brasileiro: o custo. “Um equipamento desses custa entre US$ 100 e US$ 140. Os Estados Unidos imaginaram que iam chegar a 2006 com 85% de televisores com conversores. Chegaram a apenas 17%”, ponderou Boni. O custo para as emissoras também não é nada desprezível. “Um gerador digital de alta definição (HDTV) custa US$ 6 milhões. A Globo tem mais de 100 emissoras, o que significa um investimento de US$ 600 milhões, o que não inclui as retransmissoras, que são mais de 3 mil. Ou seja: serão precisos alguns bilhões de dólares”, completou.

Mulher e o esporte – O MaxiMídia também foi palco para a apresentação de dois grandes estudos. O primeiro direcionado ao impacto do esporte na vida dos brasileiros e o segundo sobre a evolução da propaganda direcionada à mulher. O Dossiê Esporte, realizado pela Ipsos Marplan, traça um panorama da atividade no Brasil. No ultimo ano o esporte movimentou um total de R$ 37,1 bilhões, o que corresponde a cerca de 1,9% do PIB nacional. Só em promoções, eventos e patrocínios de empresas privadas o setor movimentou R$ 2 bilhões em 2005.

Apesar de ter um faturamento maior que diversos setores econômicos, o esporte ainda é uma atividade considerada pouco profissional no País, especialmente do ponto de vista dos negócios. “Muitas empresas idôneas (até internacionais) foram ´espancadas´ por dirigentes esportivos e de clubes e acabaram deixando o esporte. Os patrocinadores poderiam muito bem estar nas camisas dos times, mas o que eles vêem são problemas de irregularidades, caixa 2, esse tipo de coisa”, lamenta o jornalista esportivo Juca Kfouri, participante do painel ao lado de Daina Ruttul, da Ipsos, Hortência Marcari e Celso Loducca. O painel foi medidado por Walter de Mattos Jr., do diário esportivo Lance. Para Hortência, fora do futebol, os atletas que se destacam são verdadeiros “mágicos” pois conseguem bons desempenhos mesmo com a fragilidade da estrutura à sua disposição. “É uma pena que se invista tão pouco em algo que é tão importante para o País”, afirma Hortência. Segundo a pesquisa, o governo investe apenas 0,09% do orçamento em esporte.

Já a publicidade está praticamente desconectada da mulher do seculo 21. Um estudo minucioso da Troiano Consultoria de Marcas mostra um atraso nas percepções da publicidade em relação à identificação de oportunidades de comunicação com o público feminino e isso ocorre, especialmente, pela falta de hábito em “falar diretamente com essas consumidoras”. Ainda assim, os anúncios direcionados ao público feminino hoje tentam retratar uma consumidora mais interessada no seu bem-estar pessoal, bem diferente de 40 ou 50 anos atrás, quando a tônica era a atenção com os outros (família, amigos, sociedade). A mulher do século 21 já sabe como usar produtos e serviços, por isso a propaganda abandonou a postura “didática” dos anos 60 em prol de um posicionamento mais aspiracional.

Para finalizar a 16ª edição, o MaxiMídia recebeu Roberto Justus, presidente do Grupo Newcomm. Em sua primeira participação como palestrante do evento, o publicitário destacou que mais importante do que o tamanho de uma agência é a grandeza de sua visão e a dimensão de suas idéias. Para Justus, os anunciantes têm um dilema ao esclher uma agência de propaganda: buscar uma empresa menor, onde será atendido com mais atenção e considerado mais importante, ou optar por uma grande, que trabalhe no conceito de full service, com maior capacidade de serviços e negociação de verbas. “O que importa não é o tamanho do negócio, mas sim o da visão”, salientou.

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