O mercado de PCs no Brasil registrou um crescimento de 10,6% em 2008 com um total de 11,8 milhões de unidades comercializadas, conforme levantamento da consultoria IDC. Em 2007 as vendas somaram 10,6 milhões de unidades entre PCs e notebooks. Para Luciano Crippa, analista responsável pelo estudo, uma série de fatores contribuiu para que o desempenho não fosse melhor. “A crise econômica, a queda no crédito, principalmente em outubro e dezembro, e o ligeiro aumento nos preços deixaram o consumidor pessimista que freou as compras”, explica.
O destaque de 2008 ficou para o mercado de notebooks. No ano passado, foram 3,2 milhões de unidades vendidas, montante 108% superior a 2007, quando foram registradas vendas de 1,5 milhão. Já a venda dos netbooks somou 100 mil unidades, representando cerca de 3% do mercado de notebooks. “O volume ainda é baixo, com poucos fabricantes em cena, mas este cenário deve mudar neste ano e o mercado deve dobrar de tamanho até 2010”, analisa Crippa.
Além disso, segundo o especialista, uma licitação já em andamento de 150 mil máquinas para o segmento educacional pode alavancar ainda mais as vendas desse micro portátil. Entre as vantagens em relação aos já mais conhecidos, está a questão do preço, ligeiramente menor, e a praticidade. “Uma vez que a aceitação seja cada vez maior entre os usuários domésticos, poderemos ter grandes surpresas neste mercado nos próximos dois anos”, afirma o analista.
Porém, para 2009, a indústria de PCs não deve apresentar desempenho tão bom, segundo análises da IDC. O mercado deve sofrer uma retração de 11,5%, mas espera-se que o Natal deste ano será melhor que o de 2008. “O esforço estará concentrado em recuperar a confiança do consumidor, afinal não será fácil convencê-lo a assumir uma dívida em tempos de incerteza econômica”, diz Crippa. O que esperar para 2009? Uma readequação dos fabricantes em suas estratégias de vendas, segundo o analista. Assim quem poderá se beneficiar será o consumidor, uma vez que deve haver uma política de preços mais agressiva. Já para 2010, o mercado deve se recuperar da queda.