Mudanças no comportamento de compra

O crescimento da cesta de FMCG (sigla em inglês para Bens de Consumo Não Duráveis) está diretamente ligado ao aumento da renda dos consumidores. Desde 2009, a proporção dos gastos com FMCG foi a única que cresceu ao longo do tempo, enquanto despesas fixas e outras despesas permaneceram estáveis ou caíram no período. Com isso, os brasileiros começaram a abrir mão de alguns gastos para poder equilibrar suas contas. É o que revelou o levantamento “Perspectivas do Consumo”, apresentado pelo presidente da Kantar Worldpanel, Marcos Calliari, durante a Convenção Abras 2014.
Entre os itens que mais se destacaram nesta redução de consumo estão: fumo, festas e eventos, lazer, saúde, educação, alimentação e bebida fora do lar e serviços pessoais. Em contrapartida, os clientes voltaram a se alimentar dentro do lar, aumentando gastos nesta categoria. O aumento da renda dos últimos anos impactou o consumo de forma positiva e trouxe à tona novas prioridades na hora da compra, como acesso, sofisticação e praticidade. 
 
Por outro lado, o consumidor está racionalizando suas compras, o que envolve menos idas ao ponto de venda e a compra de mais itens por viagem, o que beneficia canais de vendas que priorizam preço e conveniência. “Podemos observar uma forma de consumo peculiar nos últimos anos. Até 2013, o consumidor veio em uma escala de ascensão que foi feita da seguinte forma: acesso a novas categorias; premiunização buscando praticidade e sofisticação; e diversificação de canais e embalagens, avaliando custo/benefício. Já em 2014, o consumidor passou a reduzir a frequência de compra para equilibrar o seu orçamento, abandonou algumas categorias e realizou trade off para manter suas conquistas”, explicou Calliari.
Segundo o estudo, nos últimos cinco anos, os lares reduziram em média sete visitas ao ponto de venda. Já o volume médio por viagem teve um aumento de 17% no mesmo período, e as compras de despensa representam hoje 47% do volume da cesta. Além destas quedas, as incertezas do cenário nacional inquietam os brasileiros. Segundo o estudo Consumer Watch 2014, 44% da população se preocupa com aumento de preços e inflação. 
Para tentar reverter este cenário, as marcas estão cada vez mais em busca de novas oportunidades, o que estimula a inovação. A quantidade de lançamentos no Brasil superou a média global em 2012, e em 2013 o país ficou em 7º lugar no Ranking Global de Lançamentos da Kantar Worldpanel.

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