Na contramão

A influência da área de negócios nas empresas de utilidades quanto aos investimentos em tecnologia foi pesquisada pela IDC Brasil, através de entrevistas com 30 CIOs e dez profissionais de negócios de grandes companhias de geração e distribuição de energia, saneamento básico e fornecimento de água.
De acordo com Ivair Rodrigues, gerente da Divisão de Pesquisas da consultoria, a área de TI desse segmento acredita estar totalmente alinhada com as estratégias da organização, porém esse ponto-de-vista não é compartilhado pelo setor de negócios. “Observamos que isso ainda não ocorreu, apesar da grande evolução nos últimos dois anos. Enquanto a área de TI está preocupada em melhorar processos, a área de negócios vem enfrentando problemas com roubos e fraudes, além do acirramento da concorrência”.
Na maioria das empresas de utilidades, indica o estudo, a área de negócios vê o departamento de TI como um setor de suporte operacional, principalmente nas companhias ainda estatais. As melhores percepções do entendimento do negócio vieram das empresas de distribuição de energia privatizadas.
Quando questionadas sobre a realização de investimentos em software de gestão (ERP), as áreas de TI e negócios se mostraram convergentes. Há consenso na necessidade de melhorar processos e gestão e na integração das diferentes áreas da organização. Também houve convergência em melhorar o atendimento aos clientes.
Muitas empresas de utilidades possuem aplicações desenvolvidas internamente, porém buscam adquirir produtos de pacote que atendam melhor às demandas atuais. Um dos aspectos levantados na pesquisa foi a maior aceitação do segmento de utilidades em relação à adoção de software de pacote. Até dois anos atrás, a percepção em relação à adoção produtos de software empacotados era menos positiva que a apurada neste levantamento.
“A principal crítica das empresas entrevistadas quanto aos fornecedores de soluções é que eles realmente não conhecem o segmento. Geralmente, o gerente de contas que os atendem é o mesmo que comercializa seus produtos para repartições públicas e ministérios”, explica Rodrigues. “Houve aumento nos investimentos pelo segmento em 2004, assim como haverá um novo crescimento para 2005. Mas, mesmo assim, o segmento ainda possui limitações orçamentárias. Alguns projetos de grande porte começam a sair da gaveta e há necessidades específicas”.

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