A nota fiscal eletrônica não teve a adesão esperada pelo governo. O objetivo era alcançar, só em 2007, a emissão de 100 milhões de NF-e por mês. Mas, do começo do projeto até agora, foram emitidas menos de 1% do estimado
Em 2006, esperava-se a emissão de até 10 milhões de notas digitais por mês, e com centenas de empresas participantes, porém, do começo do projeto até hoje, foram enviadas somente 812 mil, um número muito inferior ao esperado. E apenas 50 empresas aderiram ao sistema.
Para Werner Dietschi, diretor da Lumen IT, empresa especializada em soluções fiscais, existem vários fatores que contribuem para que o projeto não caminhe de acordo com as expectativas do governo, “Já que as empresas não se sentem estimuladas a participar, preferem esperar pra ver. Parece que as empresas só vão aderir se houver algum incentivo do governo, ou se forem obrigadas, pois o interesse em aderir de forma voluntária é muito baixo”, explica.
Se uma empresa emite nota eletrônica e o seu concorrente não, a tendência é de que os compradores optem por aquela que não aderiu ao sistema. Isso porque, com a NF-e, as transações comerciais são automaticamente conhecidas pela Secretaria da Fazenda – e os impostos a serem pagos também. “O comprador pode não querer revelar suas operações ao fisco, e por isso não vai comprar de quem emite nota eletrônica”, afirma Dietschi. Esse pode ser um dos motivos que levam as empresas a não aderirem imediatamente ao projeto. Elas só entrarão quando forem obrigadas, pois os concorrentes também serão.
A Secretaria da Fazenda já tomou providências, e os setores de tabaco e de transporte de combustíveis líquidos estão se preparando para implementar a NF-e. Segundo o protocolo ICMS 10/2007 a partir de 1º de abril de 2008, eles serão obrigados a emitirem a nota eletrônica. Isto porque duas empresas dos ramos participaram do projeto-piloto e já estão utilizando o sistema e, com isso, sendo prejudicadas, já que seus concorrentes não aderiram à digitalização das notas fiscais.