Autora: Stella Kochen Susskind
Uma nova tendência geracional e social tem causado impacto no mercado de luxo masculino. Pesquisa conduzida pelo HSBC mostrou que os yuppies dos anos 1980 e os metrossexuais da década de 1990 têm um substituto à altura: os yummies, designação formada pelas palavras inglesas young (jovem) e urban males (urbanos do sexo masculino). Esse é exatamente o perfil dos Yummies: homens, jovens, urbanos e endinheirados. Essa é a descrição perfeita da nova aposta do mercado de luxo masculino internacional.
Marcas como Burberry, Michael Kors, Coach e Prada são objetos de devoção desse consumidor ávido por produtos de luxo com marcas respeitadas e que são sinônimos de elegância. Para esses jovens clientes, gastar com produtos de luxo significa que antes de investir em criar uma família, deve-se investir em criar uma imagem. Esse homem se casa mais tarde e, na prática, não possui gastos com uma estrutura familiar. Por ascender e se firmar na carreira mais cedo, tem dinheiro disponível para investir em peças caras, duráveis e que são símbolos de status social. E investimento é a palavra-chave. Os yummies associam o vestir como essencial para galgar altos postos profissionais.
Como as mulheres fashionistas, os yummies seguem as tendências da moda, mas estão preocupados em desenvolver um estilo próprio, singular e lógico. A roupa, as marcas consumidas, os carros, o perfume, os cosméticos e o esporte adotado têm que fazer sentido, pois são parte de um projeto milimetricamente desenvolvido por esse consumidor. No Brasil, a Shopper Experience – empresa que presido e que é pioneira no país na metodologia de pesquisa “cliente secreto” – conduzirá, em 2015, uma ampla pesquisa para identificar os consumidores yummies. Queremos saber, também, que marcas nacionais são mais representativas para esse consumidor. A pesquisa está associada ao núcleo da empresa que investiga tendências de consumo. Há dois anos, fazemos uma pesquisa para identificar os hábitos de consumo das panks – sigla para Professional Aunt no Kids, que são tias especiais; consumidoras responsáveis por um consumo não convencional que tem aquecido o mercado de luxo nos Estados Unidos, Europa e também no Brasil.
Certamente, a identificação dessa tendência – e a comprovação de representantes dela no Brasil – auxiliará muitas marcas no reposicionamento e no desenvolvimento de produtos e serviços feitos especialmente para os yummies. E não estou falando apenas de moda ou automóveis; estou pensando em produtos bancários, destinos turísticos e obras de arte, entre outros itens de luxo.
Stella Kochen Susskind é presidente da Shopper Experience.