CEO da Vida Veg mostra como a empresa se expande atendendo a um crescente perfil de clientes que preferem consumir produtos à base de vegetais
Pouco a pouco, uma nova categoria de produtos começa a ganhar espaço no mercado brasileiro. Trata-se dos produtos plant-based, feitos a partir de ingredientes 100% vegetais. Segundo dados da consultoria Euromonitor, esse mercado deve crescer 66% até 2027, movimentando mais de R$ 1 bilhão. De olho nesse cenário, a Vida Veg vem conseguindo escalar e ganhar capilaridade com a chegada de seus produtos às gôndolas dos supermercados, atendendo veganos, alérgicos e os que se interessam por produtos que causem menos impacto ao meio ambiente, conforme detalhou, hoje (03), Álvaro Gazolla, CEO da Vida Veg, na 1002ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Começando pela nascimento da Vida Veg, Álvaro contou que, formado em Engenharia de Alimentos, já havia sido sócio de uma empresa de laticínios, a Vida no Campo, vendida posteriormente à Coca Cola, onde adquiriu larga experiência tanto na parte industrial quanto comercial. Lá conheceu Anderson Rodrigues, que estava fazendo mestrado em Alimentação Consciente, com quem teve conversas sobre o crescimento, por vários motivos, da produção de alimentos com bases vegetais. “Foi quando eu, interessado em estudar as novas tendências nesse segmento, viajei para Estados Unidos e Europa e constatei esse movimento acontecendo de verdade por lá. Decidimos, então, fundar a Vida Veg, em 2016, inicialmente pensando em produzir iogurtes para atender especificamente o público vegano ou pessoas interessadas em apenas reduzir o consumo de produtos de origem animal.”
Perguntado se havia, naquela época, consumidores desse perfil em quantidade suficiente para escalar o negócio, o executivo disse que já eram muitos aqueles que tinham a dor de ter de produzir seus próprios alimentos, pela dificuldade de encontrá-los no mercado. “Foi resolvendo esse problema para eles que nossa empresa começou a ganhar capilaridade nacional.” Na sequência, a partir de uma pergunta do público sobre os dados da Euromonitor, segundo a qual o crescimento do mercado de produtos lácteos plant-base devem crescer quase 66% até 2027, movimentado acima de R$ 1 bilhão, ele respondeu que essa expansão já acontece nos Estados unidos, por exemplo, onde 25% do consumo de leite já é in natura vegetal.
Citando os principais motivos para uma expansão como essa, Álvaro aponta em primeiro lugar a evolução produtiva. “Com o crescimento e amadurecimento desse mercado no exterior, as tecnologias vão chegando no Brasil, permitindo uma evolução dos produtos em textura, sabor, nutrição e competitividade nos preços. Isso faz com que fique mais fácil mostrar, já que são tão gostosos quanto os de produção animal, com os mesmos valores nutricionais e com pouquíssima diferença de preço, as vantagens em termos de sustentabilidade e impacto ambiental. E no momento que se cria o hábito de consumo, dificilmente há um retorno ao anterior, por isso trata-se de um mercado que só tende a crescer.”
Outro motivo mencionado pelo executivo é o da inclusão de pessoas que são alérgicas a lactose e outras restrições alimentares. “Portanto, há um conjunto de elementos que levam a pessoa a uma decisão inteligente na hora de consumir. No caso do Brasil, a única coisa que ainda atrapalha um crescimento mais rápido desse mercado é a questão do preço, por causa da carga tributária, que é desigual em relação aos produtos de origem animal.” Trata-se, segundo ele, da construção de uma categoria nova de produtos, que começam agora a chegar às gôndolas dos supermercados brasileiros, enquanto nos Estados Unidos há estabelecimentos em que 50% das geladeiras já são constituídas por produtos vegetais.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 1001 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 3 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA encerra a semana amanhã (04), com a presença de Marilia Goldschmidt, gerente de marketing da Moove, que falará da atenção ao consumidor para antecipar tendências.