O mercado latino-americano de serviços de conteúdo móvel ainda pode ser considerado subdesenvolvido quando comparado ao da América do Norte, Europa e Ásia. Porém ele apresentou em 2005 uma receita de aproximadamente US$ 594 milhões ou 120.5% a mais do que o total de 2004, segundo análises da Frost & Sullivan, empresa internacional de consultoria e inteligência de mercado. A expectativa é que esse mercado alcance US$ 2,6 bilhões até 2011, baseado no aumento da capacidade tecnológica dos aparelhos e dos serviços disponíveis, sendo que a Colômbia deve ser o país com maior crescimento neste setor, o que é explicado pelo atraso no desenvolvimento do mercado colombiano em relação aos demais países da América Latina.
O maior desafio das operadoras móveis é investir na oferta de mais conteúdo para aumentar o ARPU (Average Revenue Per User) dos assinantes, uma vez que as receitas de voz caminham para a saturação. No ano passado, esses serviços representaram 1.5% do total da receita de telefonia móvel. “Por outro lado, o mercado de conteúdo móvel ainda é limitado pelos aparelhos que não têm capacidade de memória e processamento para rodar serviços como, por exemplo, games e vídeo. Muitos usuários têm dificuldades em encontrar os conteúdos que eles querem, especialmente no portal WAP – Wireless Application Protocol, o que não os estimula a comprar mais serviços”, afirma Alex Zago, program leader da Frost & Sullivan.
Outro fator que deve ser analisado e superado pelas operadoras refere-se à cultura do uso desse tipo de serviços. “Na região latino-americana, os usuários de telefonia móvel não estão acostumados a utilizar os aparelhos para obter conteúdo. Com exceção do público mais jovem que busca personalizar os celulares com o uso de ringtones, papel de parede, MP3, o mais comum é o envio de SMS e o download de músicas. É preciso estimular a adoção de novos serviços”, observa Zago.
Assim, espera-se que até 2011 as receitas móveis relacionadas a serviços de música representem 33.2% do total do mercado, enquanto os demais serviços deverão representar 66,8% das receitas. E para chegar a estes resultados, a Frost & Sullivan aposta no investimento dos players no desenvolvimento de conteúdo, na maior penetração de telefones celulares mais desenvolvidos, na redução de preços e nas diferentes campanhas promocionais. “É importante destacar que nesse modelo de negócio, tanto os investimentos quanto as receitas são divididas entre as operadoras, integradores, desenvolvedores e os fornecedores de conteúdo móvel, sendo que as operadoras são responsáveis pelo serviço de billing”, finaliza o executivo.