O segmento de compras coletivas vai faturar entre R$ 30 a R$ 50 milhões no Brasil, em 2011, segundo a consultoria de comércio eletrônico It4cui. Um número expressivo para um modelo de negócio recente, já que essa versão de e-commerce começou a ser utilizada no País só em janeiro de 2010. O fato é que elas tornaram-se um grande negócio com impacto direto no hábito de consumo. Para desvendar esse setor, a ClienteSA entrevistou diretores de empresas de compras coletivas e especialistas. Durante as próximas semanas, o site publicará uma série de matérias, apresentando modelos de negócio, números e tendências do setor.
A dinâmica das compras coletivas é vender produtos e serviços para um número mínimo pré-estabelecido de consumidores, com ofertas com validade entre 24 e 48 horas. O usuário acessa a promoção, faz a compra e recebe um voucher para usar no estabelecimento dentro de um prazo determinado. Caso a empresa não consiga vender, a oferta é cancelada. O criador do conceito é o norte-americano Andrew Mason, que lançou em novembro de 2008 o primeiro site de compra coletiva, o Groupon. Em pouco tempo, se espalhou por mais de 36 países e mil cidades no planeta.
Hoje, o segmento é composto por fornecedores de pequeno e médio porte, comercializando em sua maior parte bens de consumo não duráveis, como serviços de estética, fotografia, academia, hospedagem, petshop, refeições, além de outros que não tinham presença expressiva no e-commerce, explica Guilherme Gavioli, especialista em estratégias para internet.
Para ele, os sites funcionam como uma intermediação, negociando com fornecedores a venda de algum produto pelo menor preço possível. “A cada transação concluída, o site fica com uma comissão, que pode variar de 20% a 50% do valor total da venda. Um spa em Curitiba, por exemplo, conseguiu vender 280 sessões de massagem pela internet em poucas horas. Da forma tradicional, levaria mais de um mês para atingir o mesmo número”, exemplifica.
“Esta é a melhor ferramenta de marketing promocional que já foi criada para pequenos estabelecimentos de serviços. Antes disso, precisavam investir em divulgação e torcer para aparecer novos clientes. Agora, podem fazer o mesmo sem risco e sem custo. Já para o consumidor, especialmente aquele que gosta de sair e de conhecer lugares interessantes, mas nem sempre pode gastar com lazer, essa é uma excelente oportunidade, já que os descontos oferecidos possibilitam gastos com entretenimento sem prejudicar o orçamento”, afirma Paulo Veras, sócio-fundador do site Imperdível.