Os resultados da pesquisa “Proteção do Orçamento Familiar: O Comportamento do Consumidor Brasileiro”, realizada entre os meses de janeiro e fevereiro, foram divulgados ontem (11/8) por Ricardo Braga de Andrade, diretor-presidente da Cardif do Brasil. O estudo contemplou as respostas de mil brasileiros – homens e mulheres acima de 18 anos – com o objetivo de identificar a estrutura do orçamento familiar brasileiro assim como os sentimentos de vulnerabilidade frente aos imprevistos da vida.
A pesquisa foi feita também em outros 13 países – Chile, Bélgica, Alemanha, Portugal, Itália, França, Suíça, Holanda, Espanha, Polônia, Reino Unido, Japão e Taiwan -, onde ouviu, no total, 14 mil consumidores, incluindo os brasileiros. “É uma radiografia dos sentimentos de vulnerabilidade financeira no País e das necessidades de seguros de proteção”, diz Ricardo Braga.
No Brasil, a pesquisa revelou que os brasileiros têm medo de perder o controle orçamentário. Em três meses, 40% da população que trabalha no País afirmaram não terem recursos para manter o seu padrão de vida em caso de perda de emprego, quatro pontos percentuais acima da média dos demais países. No grupo de pessoas com menos de 35 anos, essa taxa sobe ainda mais e chega a 43%. Do total da população que trabalha, apenas 25% dos entrevistados avaliaram que poderiam manter o mesmo padrão de vida por mais de um ano. O índice é bem inferior aos 33% identificados pela mostra dos outros países.
“Isso caracteriza um forte sentimento de vulnerabilidade. Essa é a razão de 82% da população brasileira exercer controle mensal sobre o seu orçamento”, destaca Braga, reforçando que “esta prática é particularmente verdade para aqueles que têm mais de 50 anos”.
Em relação ao crédito os brasileiros afirmaram, em 69% dos casos, que concordam com a idéia de que é conveniente pagar em prestações e usufruir da compra imediatamente. Esse índice difere em oito pontos percentuais acima da média verificada na consolidação dos 14 países que integraram a pesquisa. Dos entrevistados no Brasil, 75% confirmaram ser tomadores de crédito. Desse total, 49% revelaram que já enfrentaram dificuldades em pagar suas prestações mensais – mesmo que já tenham sido quitadas. Este índice é bastante elevado porque a média identificada entre todos os países foi de 23%.
Frente a estas dificuldades e ao sentimento de vulnerabilidade o brasileiro opta por diversos recursos para se proteger de imprevistos, mas o seguro de proteção financeira – que cobre parcial ou totalmente as parcelas restantes em financiamentos e crédito em caso de desemprego, invalidez, morte, hospitalização, acidente ou doenças graves – é pouco conhecido entre os brasileiros. Somente 37% dos entrevistados no Brasil já ouviram falar neste tipo de seguro, contra 47% da média mundial. Porém, 77% dos brasileiros, uma vez que compreendem a função do seguro, o considera útil para se proteger de imprevistos do dia-a-dia, contra 64% no mundo. Do total, 44% consideram o seguro como essencial, quase o dobro da média mundial que é de 26%.