O perfil do mercado de trabalho nas MPE



A cada ano, as micro e pequenas empresas formais têm contado com mão-de-obra mais qualificada. Num estudo comparativo entre os anos de 2001 e 2005, constatou-se sensível melhora no grau de escolarização dos empregados dessas empresas, com queda no analfabetismo e no número de pessoas só com o ensino médio incompleto. Houve um acréscimo de empregados com maior grau de instrução, com ensino médio completo e ensino superior. Essas e outras análises fazem parte do Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2007, encomendado pelo Sebrae ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).


Para o gerente de gestão estratégica do Sebrae Nacional, Pio Cortizo, esse aumento na escolarização é uma resposta às exigências do mercado. “Cada vez mais as empresas estão tendo a necessidade de se tornarem mais competitivas frente à concorrência e, para isso, é necessário ter empregados mais qualificados.”
Sob o aspecto do grau de escolaridade, entre os setores de Serviços, Comércio, Indústria e Construção Civil, o destaque é para as empresas do Comércio. Em 2001, as microempresas deste setor registravam a presença de 14.479 empregados analfabetos e em 2005 esse número reduziu para menos da metade, caindo para 5.569. Essa redução também se repetiu nas pequenas empresas. O setor de Comércio, em 2001, empregava 13.023 pessoas analfabetas e em 2005, apenas 5.187.


Com relação ao gênero, o estudo revela que, na microempresa, embora o homem seja predominante na maior parte das vagas de trabalho nos quatro setores econômicos, é a mulher que vem ganhando gradativamente espaço no mercado de trabalho. Entre 2001 e 2005, houve um crescimento de 23,5% no total de emprego para mulheres contra 16,0% dos homens. Em 2001 o emprego feminino passou de 1.958.732 milhão para 2.419.933 milhões em 2005. Já o número de homens passou de 3.012.211 milhões para 3.494.164 milhões.


Já a distribuição da massa salarial entre os setores analisados não se altera significativamente ao longo dos anos. Em 2005, no Comércio, as micro e pequenas empresas concentravam 66,7% da massa total de remuneração do setor, o que se explica pela grande concentração do emprego setorial nos estabelecimentos deste porte. O Comércio vem seguido pela Construção Civil, com 45,7% da massa de remuneração setorial, Serviços, com 32,9% e Indústria, 29,6%.


Para formular o anuário foram realizados cruzamentos de dados de diferentes fontes, como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Relação Anual de Informações Sociais (Rais), Pesquisa da Economia Informal Urbana (Ecinf), Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílio (Pnad), Ministério do Trabalho e Pesquisa do Emprego e Desemprego (PED). Este é o primeiro estudo voltado para o universo das micro e pequenas empresas, com foco em três vertentes do mercado de trabalho: empregado (mão-de-obra), massa salarial e estabelecimento (número de empresas). Foram cruzados dados de 5.916.369 milhões de empregados de microempresas e 6.699.291 de empregados de pequenas empresas.

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