Autora: Ellen Muneratti
Afinal de contas, o que temos a ganhar com o Open Banking? De bate pronto, a resposta é: muito! Vem pela frente uma importante e profunda mudança na forma de consumir serviços financeiros no Brasil. Na vida do consumidor final, uma verdadeira revolução. Imagine, hoje em dia, ir a um supermercado e comprar apenas os produtos de marca própria desta rede. Ou então, entrar numa farmácia e ter apenas uma marca de produtos para consumir.
Atualmente, quando pensamos na batalha diária do cidadão para consumir serviços bancários, na maioria das vezes, isso significa um convite a ficar “amarrado” a determinada instituição: abrir uma conta bancária e ser praticamente “obrigado” a ter o talão, os cartões de débito e crédito, a poupança, os fundos de investimentos, o cheque especial, enfim… Ele é “convidado” a consumir praticamente todos os serviços daquele banco.
Com o tempo e o relacionamento, este banco armazena histórico de transações, dados e movimentações, informações sobre o perfil. Com isso, consegue oferecer novos produtos e serviços e até melhores taxas.
Agora imagine se mais empresas e provedores de serviços pudessem conhecer esse histórico para ofertar melhores investimentos, empréstimos e outros serviços? Certamente a concorrência aumentaria e os consumidores teriam melhores ofertas para escolher.
Isso é o Open Banking ou, na tradução literal, “banco aberto”. Essa realidade já existe em países como Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, Japão, e dará seu primeiro passo, num marco regulatório importante do Banco Central no Brasil, em novembro próximo.
O Open Banking permitirá o compartilhamento de dados dos clientes — desde que haja a autorização desses — entre instituições financeiras regulamentadas, que participem da iniciativa.
Com o Open Banking, o cliente passará a ser dono de seus dados e, somente com seu consentimento, poderão ser encaminhados a uma terceira parte. Ele também poderá revogar a qualquer momento e interromper o envio dos dados. Tudo isso empodera o consumidor e, consequentemente, amplia drasticamente a oferta de serviços, produtos e de conveniências.
O objetivo do Banco Central é aumentar a competitividade no sistema financeiro e estimular a entrada de fintechs que ofereçam produtos — hoje, majoritariamente fornecidos por bancos tradicionais — além de incentivar a inovação no setor.
Segundo a nova regra, grandes bancos estão obrigados a aderir ao Open Banking em questão de dias (em novembro). Os demais agentes do mercado, como as fintechs, terão entrada optativa. Mas, uma vez no sistema, também deverão abrir a possibilidade de compartilhamento de seus dados.
Open Finance
O Open Banking trará consigo outra inovação: o Open Finance, que funciona como uma espécie de passaporte para inúmeras possibilidades. Para as instituições financeiras, abre acesso às informações sobre produtos, comparações de preços e características, que torna mais precisa uma tomada de decisão sobre investimentos ou linhas de crédito. Já as empresas podem acessar os dados do sistema bancário em suas atividades, por exemplo, pagamentos digitais aos produtos do varejo.
O próximo ano promete ser um divisor de águas na forma com que os dados serão utilizados e também protegidos. Com a nova realidade da LGPD no país, ao mesmo tempo em que se abrem grandes perspectivas com o Open Banking e o Open Finance, a Teros Pricing, referência nacional em soluções de inteligência de dado une inteligência e expertise com a Sensedia — maior empresa de API Management do Brasil.
O grande objetivo dessa união de forças é lançar uma luz para que as empresas possam entrar no futuro com uma visão clara e estratégica de tudo o que poderão realizar a partir do Open Finance. Com as boas práticas do compliance e a segurança de estarem em conformidade com as novas regras — não só da LGPD, como em toda a operação de Open Banking.
Ellen Muneratti é CEO da Teros Open Banking.