O varejo brasileiro está pronto para o IoT?

Autor: Fabio Camara
Quais são as perspectivas quanto ao futuro do varejo no Brasil? Mesmo considerando os entraves financeiros e econômicos que têm dificultado seu desenvolvimento, acredito que esse é um setor em que há muito a ser explorado. Os varejistas têm observado, de uns três anos para cá, que é importante abandonar despesas extras, o que fez como que novos nichos se destacassem e muitas lojas – que já não traziam a mesma rentabilidade de antes – fossem fechadas. Imagino, portanto, que o cenário pode ser visto como instável por muitos, mas o encaro como promissor.
 
Porque é em momentos mais sensíveis que o mercado tende a se reinventar e aprimorar suas ofertas. O varejo tem investido cada vez mais em soluções tecnológicas para otimizar seus recursos e promover o aumento das vendas. A Internet das Coisas (IoT), por exemplo, tem se popularizado no segmento. Seja com o uso em devices ou nuvem, o conceito do IoT já representa um importante diferencial competitivo onde foi aplicado. No Brasil, enxergo a tecnologia no varejo como incipiente, mas acredito que seja questão de tempo para sua popularização.
 
Algumas empresas varejistas vêm apresentando resultados bem expressivos, com aplicações que vão desde a manutenção preditiva de equipamento ao transporte inteligente e mapeamento de interesse do consumidor dentro das lojas. Aqui ressalto a importância do varejista criar sua estratégia baseando-se em dados obtidos por meio de inteligência analítica, que permitirá a gestão das ações de acordo com a necessidade dos seus clientes.
 
Por isso acredito que sim, o nosso varejo está pronto para o uso do IoT. Cases de sucesso não faltam para quem ainda tem dúvidas. Mas atente-se a alguns pontos antes de adotar a solução: avalie se a estrutura do seu negócio comporta o IoT nesse momento. Há outras ferramentas que têm grande aplicabilidade no varejo, como o Big Data e o Analytics que, sem dúvidas, quando bem aplicadas, trazem melhorias comprovadas e significativas na performance da cadeia de suplementos.
 
Minha outra dica é investir em sistemas robustos e seguros. Recente pesquisa feita pela Irdeto, especialista em segurança para plataformas digitais, aponta que 90% dos consumidores de seis países diferentes temem ciberataques em dispositivos que são conectados à internet. Os brasileiros são os mais receosos quanto a esse tipo de invasão: 88% dos participantes têm essa preocupação. Portanto, a prevenção de intervenções nos dados dos clientes é fundamental para não perder a sua confiança.
 
Pelo que temos observado, podemos dizer que a tendência é que os próximos anos tragam a tão esperada recuperação do mercado. A menor pressão inflacionária tende a refletir no aumento do poder aquisitivo das famílias e, consequentemente, em crescimento das vendas. Sua empresa estará preparada para esse momento? Quais diferenciais você terá a oferecer aos seus clientes quando o mercado reaquecer? Pense sobre essas questões e avalie como investir assertivamente no seu negócio.
Fabio Camara é CBO da Engemon IT.

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