Com a facilidade de visitar lojas virtuais de outros países com simples cliques e sem sair do lugar, o consumidor brasileiro muitas vezes se interessa em pesquisar preços, buscar informações do produto ou até fazer compras no e-commerce estrangeiro. Para Roberto Calderón, diretor da Associação Paulista de Agências Digitais, APADi e da FutureLab, os sites de outros países estão passos à frente em relação ao mercado brasileiro, devido a forma que apresentam o produto para o cliente. “Isso porque exploram celebridades em campanhas, filmes de usuários reais usando o produto, gerenciam fóruns de debate para ouvir e melhorar com a opinião dos consumidores e mostram a aplicação real do produto. Fazem tudo isso porque acreditam que deixam o consumidor mais tranquilo para a compra”, afirma.
Para ele, a preocupação com o cliente é muito importante, e as empresas brasileiras devem pensar nisso para mudar a forma de mostrar o produto em seu e-commerce. “É importante mudar principalmente a apresentação e clareza das informações sobre produtos, atualmente empresas usam o mesmo layout para vender geladeira e roupas. Elas devem cada vez mais focar em mercados onde além de vender, devem ajudar com dicas, informações de uso, casos reais e estarem abertos a sugestões e críticas. O consumidor não quer apenas o produto e sim uma extensão de conteúdo que só o e-commerce e os meios digitais podem oferecer”, diz Calderón.
Apesar dos problemas com relação a apresentação dos produtos, abordados pelo diretor, o comércio eletrônico brasileiro tem a vantagem de entrega mais rápida com relação à entrega internacional, além de possibilitar formas de pagamentos com vários meios nacionais. Já o e-commerce estrangeiro, além de demorar mais na entrega para o Brasil, possui alta taxa de importação, segundo Calderón. Além disso, ele destaca que o comércio eletrônico no Brasil está em sua maturidade, e a expectativa é que o faturamento até o final do ano seja quase R$ 30 bi. “É um mercado muito competitivo e requer profissionais da área e empreendedores mais que dedicados para obterem sucesso. De três anos para cá os aventureiros de primeira viagem acabaram fechando ou deixando o e-commerce abandonado. Não há espaço para amadores mais, por isso, o ideal é montar um bom planejamento e contar com empresas e profissionais que já tenham se adequado ao mercado brasileiro e aprendido com cases de países mais evoluídos no mercado digital”, afirma.