CEO da Segue descreve a trajetória da fincare que combinando propósito e lucro
Na esteira do surgimento das fintechs, que revolucionaram o sistema financeiro com a digitalização e a bancarização, chega também o conceito de fincare ao mercado. Abreviação de finance care, ou cuidado financeiro, são empresas que vão além, incorporando a preocupação social ao negócio, como no caso da Segue. Além de fazer um diagnóstico minucioso da situação financeira do cliente antes de decidir como ajudá-lo, a empresa destina 11% do lucro para, mensalmente, investir em projetos alicerçados nos conceitos de ESG. Contando de que forma a empresa partiu de um novo modelo de empréstimo consignado público e chegou à mesma proposta no particular, ajudando os colaboradores das empresas, Rafael Sousa, CEO da Segue, participou, hoje (22), da 898ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Atrelando o conceito que gerou a Segue e seu modelo de fincare à sua história, Rafael disse que o fato de ser nordestino, filho de paraibanos e estudante de escolas públicas até os 10 anos de idade, ajudou a criar sua visão de mundo com muita empatia em relação às pessoas com problemas financeiros. Ele contou que ingressou em uma multinacional na Europa, onde ficou durante três anos, trabalhou em projetos importantes na Ásia, foi duas vezes aos Estados Unidos, até que voltou de vez ao Brasil, em 2020, no ápice da pandemia. “Foi quando me deparei com uma revolução no mercado financeiro, proporcionado pelas fintechs, com uma contribuição muito importante, levando as pessoas à bancarização, digitalização, eliminando burocracia, etc. Isso me impressionou muito, mas faltava entender como estavam os clientes nesse novo cenário.”
Ele precisava saber se essas pessoas estavam menos endividadas, se possuíam mais conhecimento sobre o sistema financeiro para tomar as melhores decisões, mais liberdade financeira, etc. “O que eu vi foi que os bancos e as startups estavam concentrados em criar produtos financeiros e o cliente ficou pra trás nessa história. Nunca tivemos uma população tão endividada, tão negativada, tão carente de informação financeira como a gente vive hoje. Daí, surgiu a ideia da Segue, com a genuína decisão de colocar o cliente em primeiro lugar, não como um jargão, mas de fato no centro das preocupações.” Na prática, o negócio funciona realizando, antes de tudo, um check-up financeiro por meio de uma metodologia própria. O objetivo é ter uma visão da saúde financeira da pessoa, da mesma forma que se faz uma revisão na saúde física, ou em um automóvel, etc. Feito esse diagnóstico, a empresa analisa junto ao cliente quais as melhores soluções para ele.
Na visão do CEO, a Segue faz uma inversão, partindo do cliente para se chegar ao produto e não o contrário, e realiza uma orientação ao mesmo, chegando muitas vezes à decisão de negar o crédito, porque, se a oferta não é mais barata do que ele já paga, independente do score desse cliente, isso seria negativo para ele. “Também, desenvolvemos um trabalho de impacto social. Porque entendemos que os empresários é que tem condições de ajudar a sociedade a melhorar, e eu não me consideraria jamais um empreendedor de sucesso se não ajudasse a sociedade. Então, temos no nosso estatuto, que 11% dos nossos lucros, mensalmente, são destinados a projetos de impacto social escolhidos pelos nossos clientes. Queremos contribuir de forma ativa na transformação da sociedade. A única exigência é que sejam projetos com começo, meio e fim e vinculados aos pilares de ESG.”
Rafael explicou que, neste momento, a Segue está empenhada em conquistar empresas como clientes, oferecendo empréstimo consignado para ajudar na saúde financeira dos colaboradores. Atuando como parceiros, a fincare faz o diagnóstico desse aspecto da vida dos colaboradores e assessora todos eles a melhorarem financeiramente. “Falamos muito em ‘presenteísmo’, que é tão importante quanto o absenteísmo. Porque uma pessoa trabalhando com problemas financeiros, dificilmente está presente totalmente no trabalho. Então, com muita transparência, quebramos o tabu de falar de finanças dentro das organizações, onde estamos para dar crédito apenas nos casos em que ajudarão de fato na saúde financeira da pessoa.”
Depois de explicar que essa ajuda no bem estar financeiro e na produtividade começa dentro de casa, cuidando dos próprios funcionários antes de chegar ao cliente, Rafael contou que, para aferir e validar o que a empresa está construindo foi instituído o Conselho de Clientes, para ouvi-los sobre resultados e ideias. ALém disso, é feita uma pesquisa “olho no olho” dentro das casas dos clientes, uma visita mensal, consentida por eles, para fazer a avaliação da saúde financeira e avaliar a realidade. Na visão do executivo, isso que levou a Segue a partir, em primeiro lugar, para o empréstimo consignado público, que estava muito carente de cuidado, conseguindo implementar um modelo com muita tecnologia embarcada, podendo cuidar da saúde financeira do aposentado e pensionista. Houve tempo para o executivo falar da preocupação em escalonar equilibrando propósito com indicadores financeiros; o projeto de telefinanças, nos moldes da telemedicina, para socorrer pessoas em momentos críticos de necessidade; e os quatro primeiros projetos sociais que a empresa auxiliou.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 897 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 2,7 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA terá sequência amanhã (23), recebendo Rodolfo Luz, head de marketing da Stone, que falará da evolução dos serviços para diferentes demandas; na quarta, será a vez de a “Especial 900 Lives” discutirá o tema “Cultura cliente: O que impulsiona a evolução constante?”, reunindo Ana Carolina Ribas, head de experiência do cliente da Basf, Alecsandro Cavalcante, head de customer care dos produtos digitais da Globo e Rafaela Blacutt, gerente de operações da Aktie Now; na quinta, Antonio Carlos Nasraui, CEO da rede Rei do Mate, que abordará a transformação da experiência pelo encantamento; e o Sextou encerra a semana debatendo o tema “Outsourcing: Nas mãos, uma nova janela de oportunidades?”, coma presença de Laurent Delache, CEO da Foundever no Brasil, Luís Ricardo Ferreira, CEO da Tahto e Alexandre Martins, diretor de TI, inovação e soluções da Atento.