O número de consumidores que possuem dívidas voluntárias – cheque especial, cartão de crédito, empréstimo pessoal ou prestações em geral atingiu 61% em fevereiro, alta de três pontos percentuais no comparativo a janeiro (58%). Em relação a fevereiro de 2006 (67%), houve queda de seis pontos percentuais. O universo dos inadimplentes teve discreta melhora: queda de um ponto percentual, totalizando 40%, contra 41%. No contraponto a igual período de 2006, quando eles somavam 38% dos entrevistados, houve aumento de dois pontos percentuais. É o que indica a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio).
“A melhora na inadimplência, verificada nos últimos dois meses, revela que os consumidores estão preocupados em quitar seus débitos, inclusive por meio de novos empréstimos. Isso explica os recentes aumentos do endividamento”, afirma o presidente da Fecomercio, Abram Szajman. No entanto, faz uma ressalva. “Há ainda um descompasso entre a queda da Selic e as taxas de juros impostas aos consumidores. Além disso, a oferta de crédito tem crescido mais do que a renda e o emprego. Esses fatores aumentam o risco de que a inadimplência volte a crescer no futuro”, explica. A entidade avalia ainda que o aumento reflete, provavelmente, uma maior contratação de novos empréstimos pelos consumidores, diante das dívidas contraídas neste início de ano, como IPVA, IPTU, material escolar e mensalidades.
Em fevereiro, os entrevistados que declararam a intenção de pagar, total ou parcialmente as dívidas em atraso atingiu 65%, aumento de três pontos percentuais em relação ao mês anterior (62%). A parcela dos que informaram que não poderão pagar os compromissos caiu três pontos percentuais, para 33%, contra 36%. Em relação ao prazo médio de endividamento, a maior incidência se verifica no período de três meses a um ano, atingindo 46%. O restante divide-se entre os períodos de até três meses (23%) e superior a um ano (30%).