Em abril, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou queda de 5,5% em comparação com o mês anterior. Registrando 66,7 pontos, ante os 70,6 observados em março. No comparativo com o mesmo período do ano passado, quando registrou 100,1 pontos, o índice sofreu forte queda de 33,4%. Apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o ICF varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação e acima satisfação em relação às condições de consumo.
Dos sete itens que compõem o indicador, todos apresentaram retração no comparativo mensal. Sendo que momento para duráveis foi o que apresentou a maior queda no mês (-11,5%). Atingindo 41,1 pontos, o menor valor já registrado para o item desde 2010, quando a pesquisa começou a ser realizada. O segmento nível de consumo atual renovou em abril seu mínimo histórico ao atingir 38,6 pontos. O que significa que 68% dos paulistanos estão comprando menos do que no mesmo período do ano passado. A categoria perspectiva de consumo segue a mesma linha, com queda mensal de 4,2% ao atingir 50,1 pontos.
De acordo com a FecomercioSP, as causas desse movimento de retração no nível de consumo estão ligadas à inflação – que corrói o poder de compra – e ao aumento do desemprego, que deixa os consumidores mais receosos em comprometer sua renda. Outro item que apresentou retração no mês foi renda atual (-6,6%), que chegou a 80,8 pontos. Assim como o acesso de crédito (-1,1%), que também ficou abaixo dos 100 pontos e atingiu 67,7 em abril.
Já os itens emprego atual e perspectiva profissional revelam a insatisfação do paulistano com a situação do mercado de trabalho, uma vez que ambos ficaram abaixo dos 100 pontos (91,9 e 96,7 pontos, respectivamente).
Para a assessoria econômica da Federação, os dados demonstram insegurança em relação à atual situação do emprego e um pessimismo em relação à evolução profissional para os próximos meses. Com o resultado de abril, o ICF tem no ano duas elevações nos dois primeiros meses e duas quedas nos dois meses seguintes. Ainda de acordo com a Entidade, essa oscilação será a tendência para os próximos resultados devido à instabilidade do cenário econômico e, principalmente, político. Os consumidores tendem, com isso, a manter uma gestão conservadora do orçamento doméstico, cortando gastos e evitando o endividamento.