Ampliando a parceria de ESG com a Universidade Zumbi dos Palmares, a iniciativa busca tornar seguros os espaços de varejo para as pessoas negras
A P&G, empresa global de bens de consumo, anunciou que assumiu papel de articuladora do #RacismoZero. Trata-se de programa idealizado e desenvolvido pela Universidade Zumbi dos Palmares como forma de ajudar a desconstruir ou eliminar manifestações de ódio e intolerância racial dentro dos ambientes de consumo. Ao justificar a iniciativa, André Felicíssimo, presidente da P&G Brasil, lembra que, “de acordo com pesquisa do Instituto Locomotiva, 71% da população negra, considerando-se os pretos e pardos, afirma haver presenciado discriminação em estabelecimentos comerciais como lojas, shoppings e supermercados. Quase 70% das pessoas negras entrevistadas já foram seguidas por seguranças em lojas, número que sobe para 76% ao tratar somente de pessoas pretas. E, segundo o Procon, 65% das pessoas autodeclaradas pretas afirmam já ter sofrido esse tipo de desrespeito”.
Na avaliação do executivo, “baseado em números alarmantes como esses e na visão de que apenas políticas e ações efetivas serão capazes de gerar transformações em nossa sociedade, o #RacismoZero surge apontando o paralelo existente entre o E (Environmental, ambiental em português) e o S (Social) do ESG. Enquanto as emissões de gases de efeito estufa degradam as condições de vida no planeta, as emissões de ódio e intolerância racial atacam a humanidade das pessoas negras devido à sua cor, submetendo-as a condições precárias até no momento de gastar seu dinheiro”.
De acordo com Felicíssimo, “o propósito da P&G é melhorar a vida das pessoas, e fazemos isso por meio de nossos produtos, que estão presentes em 9 de cada 10 lares brasileiros. Esse é um protagonismo grande, por isso, temos o compromisso, hoje e no futuro, e a responsabilidade de atuar no combate ao racismo em todos os ambientes sociais, assim como nos de varejo e consumo, locais onde os brasileiros encontram nossas marcas e produtos. Essa é uma jornada necessária, com impactos significativos para toda a sociedade e, também, para a cadeia de negócios. Afinal de contas, o propósito é tão importante quanto o serviço. Então, queremos, em breve, ver a transformação para que todos possam ser livres para viver seguramente em qualquer lugar”.
A atuação do #RacismoZero começa no entendimento de que o racismo está presente na estrutura da nossa sociedade, fazendo-se necessária a oferta de ferramentas para que cada pessoa seja capaz de entender para agir. “O programa é uma construção conjunta, uma condição a ser alcançada e que demanda a adesão de todos. E como isso é possível? Primeiro, é necessário reconhecer que o racismo existe e faz parte da nossa cultura, da nossa linguagem, moldando ações que agridem a pessoa preta ou parda em sua dignidade, em sua identidade. Dado o primeiro passo, é preciso agir, e não apenas para corrigir a sua própria maneira de pensar, mas também não aceitando a postura racista de quem quer que seja. Essa é a mudança que o programa busca inserir na sociedade brasileira: o Despertar da Atitude Antirracista”, explicou José Vicente, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares.
Complementando os pilares do #RacismoZero, o programa atua para qualificar, identificar e promover Ambientes Seguros – empresas e estabelecimentos que colocam o respeito à diversidade étnico-racial como base de sua política de relacionamento -, e ainda oferece acolhimento às vítimas por meio do Acolhe.black, a primeira plataforma mundial de atendimento psicossocial, suporte jurídico e apoio psicológico gratuitos operada por equipes de profissionais negros.
A articulação do programa junto ao trade passa a integrar o P&G Racial 360, que promove iniciativas com foco em gerar mudanças reais e duradouras para solucionar o racismo estrutural presente no país, focando em quatro frentes: as marcas por meio da representatividade e campanhas, os colaboradores com a ação de recrutamento e de educação, como o P&G para Você, a comunidade por meio de doações e o recente projeto Cria da Quebrada.