O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) abre o mês do consumidor com a divulgação de seu balanço anual de atendimentos referente a 2010. O setor de planos de saúde se manteve em primeira posição no ranking de atendimentos do Idec, pelo 11º ano consecutivo. A novidade é que os produtos eletroeletrônicos chegaram logo atrás do primeiro colocado, ultrapassando o setor financeiro e de telecomunicações. O balanço do Idec de 2010 contabilizou 11.353 atendimentos a seus associados, sendo 5.019 referentes a orientações de consumo e 6.334 orientações sobre ações judicias.
O balanço do Idec é uma amostra nacional que indica os assuntos prioritários entre os problemas enfrentados pelos consumidores, que convergem com os dados do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), que é ligado ao Ministério da Justiça e reúne números de atendimentos de Procons de 23 estados do país e do Distrito Federal, com exceção para planos de saúde – diferentemente do Idec, os Procons não recebem queixas relacionadas aos planos de saúde coletivos, que representam 70% do mercado.
No ano de 2010, pela crescente demanda referente a problemas relacionados a produtos eletroeletrônicos – celulares, linha branca, eletrodomésticos e eletrônicos -, o Idec diferenciou o sistema de registro desse item, que antes constava dentro do grupo “produtos em geral”, que desde 2007 se manteve em quarta posição, mesmo somado a outros como medicamentos e alimentos.
Nesse ano também pôde ser verificado um aumento significativo dos atendimentos relacionados à energia elétrica, veículos, educação, lazer e entretenimento, que representaram 20% de todos os itens da categoria “outros” (onde também também constam transportes, água e saneamento, medicamentos, alimentos, imóveis e prestação de serviço por profissionais liberais).
Os setores que se mantém no topo dos principais problemas de consumo são planos de saúde, telecomunicações e serviços financeiros. Para a gerente de relacionamento com o associado do Idec, Karina Alfano, esses índices que se repetem há anos refletem, sobretudo, a falha da regulação e fiscalização desses setores, papel que cabe à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e ao Banco Central (BC), respectivamente.