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Propaganda: O negócio ainda tem alma?

Bem, muito se fala que propaganda é a alma do negócio e que se você, empresário, não anunciar, vai se estrumbicar (não é este o pitoresco refrão?).

Preferimos acreditar que este conceito seja mais uma crença enraizada que má fé.

Folclore à parte, propaganda é extremamente importante… só que do negócio, é apenas a boca. Ou seja, se o seu produto, serviço ou projeto não tiver alma, o peixe morre pela boca.

O consumidor está cada vez mais educado, ciente e sabedor do que quer. Ótimo para ele, péssimo para aquele empresário ainda provinciano, que insiste em tapar os olhos e os ouvidos para os movimentos irreversíveis de globalização, acirramento da competição, evolução irreversível da tecnologia da informação e da internet, aumento do número de opções, segmentações de mercado/mass customization e o famigerado CDC (Código de Defesa do Consumidor).

Estamos falando daquele empresário que ainda pensa que é ele quem engana o consumidor e acha que este, passível a tudo, sempre voltará com o rabo no meio das pernas fingindo ter esquecido sua última experiência negativa. Bem, isto está mudando e está cada vez mais difícil de esconder, muito graças à internet.

Mais e mais empresários estão procurando serviços de consultoria para remediar o estrago causado pelo não acompanhamento das tendências. É nesta hora que o consumidor dá risada. Afinal, outro aparece amanhã oferecendo os mesmos produtos ou serviços, com mais qualidade e a preços mais justos: com um pacote de valor mais atrativo.

Poucos empresários sobreviveriam fora do país com a mentalidade atual.
Publicitários glamourosos que nos perdoem, mas o allure de outras épocas, onde tudo era justificado pela construção de uma boa imagem, tende a acabar. Reflexos da nova era. A era do consumidor ativo, alimentado pela informação e pela facilidade de comparação.

Na internet, tudo fica mais claro, mais aberto, mais rico. A propaganda on-line, por mais incipiente que seja hoje, será a estrela da convergência de mídias de amanhã. É aí o jogo começa. Aí a experiência do consumidor será o fator determinante e as empresas, então, serão de fato testadas. Com a inversão de poderes de decisão trazida pela tecnologia, o consumidor escolhe marcas, escolhe opções, escolhe horários. Ele dá ou não o direito de uma marca aparecer para ele.

Empresário: Pense bem! não é mais apenas a agência ou seu departamento de marketing o responsável pela construção de sua imagem, de sua marca. É você, homem de visão e de iniciativa que assumiu o risco do negócio para, produzindo com qualidade e respeito, atender seu nicho de mercado. Construir uma marca é tarefa das mais árduas, pois não admite o erro (pelo menos aquele que não possa ser satisfatoriamente corrigido) e nem se dá em uma tacada só. Construir uma marca é, portanto, obrigação do marketing, da administração, do pessoal do atendimento, de toda empresa. É consequência dos resultados positivos sob a percepção do cliente. E, como dissemos, a internet potencializa isso sobremaneira.

Propaganda de massa, em quase todos os mercados, tende a se tornar ineficiente. Aliás, não há mais massa e sim pessoas (e os políticos têm sentido isto na pele… ou nas urnas). Para atingir o seu target, você precisa de estratégias de marketing de relacionamento e de operações de serviços bem estruturadas, entregando qualidade com justiça. Para nós, esta é a melhor forma de sua empresa usar a boca, ou seja, apoiando-se naquilo que realmente é sua razão de ser: a sua alma.

Quantos empresários negligenciaram as necessidades e expectativas de seus clientes, preocupando-se apenas com sua falsa imagem (é a velha história do castelo de areia na praia – você constrói, vende e revende sem ter background; a água vem e derruba tudo). Podíamos fazer aqui um go back in time e citar inúmeras empresas que explodiram, para depois implodir. As pontocom sabem bem disso. O sucesso é, para quem não sabe, uma grandeza de longo prazo (pergunte a qualquer ator Global!).

Para quem não tem o que oferecer (ou pior, apenas acha que tem), alarde e auê não geram nada além de desilusões e insatisfações de expectativas nos clientes. Você já parou para averiguar quantos clientes de uma viagem só já teve? Pensou nas chances perdidas de fidelizá-los e assim manter seu negócio. Responda: O quanto você conhece seu cliente? O quanto você usa a internet e outros meios de contato e comunicação com esse fim?

Afinal, já está mais do que na hora de a iniciativa privada virar atividade profissional e não plano de aventureiros. Os verdadeiros profissionais, aqueles com alma, sabem do que estamos falando. E graças a Deus que eles existem!

Daniel Domeneghetti, diretor de estratégia da E-Consulting® Corp.

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