Quanto mais, melhor!

Com o avanço das tecnologias, Internet e dispositivos mobile, criar uma empresa se tornou um processo muito mais fácil do que antigamente. Não só isso, esse avanço permitiu às empresas estreitarem o relacionamento com os clientes. Entretanto, se pode dizer que há um principal “porém” dessa fase é a saturação do mercado. É quase que um consenso que, com isso, a concorrência se encontra cada dia mais acirrada e cruel. Não por menos são muitas as empresas que não conseguem sobreviver a essa luta. Mas, ao contrário do que se pode imaginar, que as empresas se encontram na situação de “cada um por si”, disputando por um espaço, muitas perceberam que é se unindo que podem ter muito mais sucesso.

Chamado de cross marketing, essa parceria não é propriamente uma novidade no mundo dos negócios. Porém continua se mostrando como uma estratégia efetiva quando se trata da busca por oferecer um diferencial aos clientes, aumentar o portfólio e conquistar novos públicos. Segundo Francisco Madia, presidente do MadiaMundoMarketing e da Abramark, Academia Brasileira de Marketing, ele pode ser definido como “arte, ciência e sensibilidade de celebrar parceria com outras empresas, em que comprovadamente existam afinidades de conteúdo, contexto e endereçamento”. Como já citado pelo executivo, o principal ponto que deve ser levado em consideração no momento em que uma parceria é criada são as conexões que as empresas envolvidas têm em comum.

A head marketing do Spotify para América Latina, Carolina Bacarat, conta que a estratégia só será “ganha-ganha” para ambos os lados se a ação tiver relevância para todos. “É preciso se questionar se vai fazer sentido ao consumidor e que ele tenha interesse por ela”, conta. Da mesma forma, os atributos também devem ser comuns. Ou seja, se ambas se preocupam em procurar por novas informações, desejam investir em inovação, possuem mesmos objetivos com a ação.

Entretanto, encontrar uma empresa que tenha similaridades não é o bastante. Para a gerente de marketing da Tarkett, Bianca Tognollo, a solução só será eficaz se trouxer benefícios aos clientes. “Esse deve ser o ponto de partida de qualquer ação desse tipo”, conta. A primeira coisa a se fazer nesse sentido é definir qual será o público-alvo que se deseja alcançar. “Assim, para definir qual é o parceiro que vamos negociar, tem que estar embasado, primeiramente, no público-alvo também dessa empresa ou produto”, adiciona.

Após a definição de quem pode ser os parceiros ideias, os clientes que se deseja conquistar, precisa-se, enfim, definir o objetivo da campanha e este precisa ser transparente com os negócios envolvidos na união. “A ação em conjunto deve estar na intersecção de ambos objetivos que serão a base da estratégia do cross marketing. Dessa forma e com uma estratégia bem definida, as empresas estarão engajadas a gerar bons resultados para ambas”, ressalta Cristiane Ferreira, diretora de marketing para consumidores da MasterCard. Com tais passos realizados, as chances de se ter sucesso com a campanha aumentam. E engana-se quem acha que o cross marketing só pode ser feito entre duas empresas. A própria empresa de Cristiane é um exemplo: com o programa MasterCard Surpreenda, a empresa trabalha com mais de 50 marcas e oferece aos clientes 800 tipos de ofertas. “Esse é um dos nossos principais exemplos de cross marketing na empresa”, conta ela.

Com tantos benefícios que a estratégia pode trazer às empresas, Madia acredita que a união das organizações para a criação de campanhas e ações tem uma vantagem mágica em que “1 +1 é igual ao, no máximo, 3”, como exemplifica. Um resultado que demonstra o quanto o processo colaborativo pode expandir em oportunidades e chances de bons resultados. “Para mim, esse é o princípio ativo mais relevante desse mundo novo em que vivemos e que deve ser levado como opção pelos negócios”, assume. “Recomendo a todas as empresas sempre considerarem, em seus planejamentos, todas as possibilidades de cross marketing.”

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