Pesquisa da Reuters conduzida pela Ipsos em 23 países- representando 75% do PIB mundial – mostra que em 17 deles (ou 74%) os cidadãos avaliaram a situação econômica de seus países como “boa”. Isso significa uma evolução em comparação com os apenas oito dos mesmos 23 países (ou 35%) cujos cidadãos avaliaram a situação econômica como “boa” entre abril e maio de 2009. Este sinal demonstra que os impactos negativos causados pela recessão mundial podem estar ficando para trás, na medida em que os cidadãos veem e sentem a melhoria na economia de seus próprios países.
Mas se esta aparente “virada de jogo” é evidente, existem outros números que evitam maior euforia: dos mais de 24 mil adultos pesquisados – mais de mil por país – apenas 36% do total (sete pontos a mais do que em 2009) disseram enxergar a economia local como “muito ou razoavelmente boa”, enquanto dois terços (64%) disseram enxergá-la como “razoavelmente ou muito ruim”.
Os países com os maiores níveis de aumento nas avaliações positivas são Austrália (+45), Alemanha (+20), Suécia (+19), China (+19), Brasil (+16) e Coreia do Sul (+15). No topo do ranking dos países onde os cidadãos avaliaram sua economia como “boa” estão Índia (82%), Austrália (81%), China (78%), Brasil (72%), Canadá (60%) e Suécia (58%). Os seis países com menos avaliações positivas são os EUA (20%), Grã-Bretanha (14%), França (14%), Espanha (10%), Japão (8%) e Hungria (7%).
Se por um lado existe uma diferença mensurável no total das avaliações das economias dos países, existe outro dado ainda maior que, paradoxalmente, não sofreu alterações em comparação com a sondagem realizada no meio de 2009, quando os entrevistados avaliaram seu próprio futuro pessoal. Neste aspecto, as sondagens indicam que, em geral, 44% estão confiantes em relação ao futuro, contra 56% que estão preocupados com o futuro – no final de 2008, 42% expressaram confiança no futuro contra 58% que estavam preocupados.
Os países onde os cidadãos expressaram o maior nível de confiança no futuro foram Índia (79%), China (78%), Austrália (73%), Canadá (66%) e Holanda (61%). Os países onde os cidadãos expressaram o menor nível de confiança no futuro foram Japão (14%), França (21%), República Tcheca (25%) e Rússia (28%). Os países que apresentaram o maior aumento no número de cidadãos que expressaram confiança no futuro são Argentina (+18), China (+17), Austrália (+14), Brasil (+12), Alemanha (+10), Hungria (+9) e Grã-Bretanha (+7). Por outro lado, os países com a maior queda na confiança são Rússia (-39), República Tcheca (-29), Suécia (-15) e França (-12).