Um sistema de ERP eficiente não é o bastante para tornar uma empresa produtiva e rentável. Ciente disso, a Resitec, usuária do Proteus da Microsiga, decidiu confiar à Allori Consultoria o projeto de reestruturação dos processos, para que possa usufruir, de maneira plena, dos recursos do sistema de ERP, implantado há cinco anos e no qual já investiu R$ 100 mil.
“Sem a organização dos processos, fica impossível utilizar o ERP no apoio a operações mais complexas, inclusive na tomada de decisão”, explica Bernardo Mello, gerente-geral da Resitec. Segundo ele, quase sempre, em vez de fazer autocrítica e corrigir as distorções, os usuários preferem pôr a culpa no sistema de gestão. “Não é o nosso caso. O ERP, por si só, não é o bastante para garantir a produtividade da empresa. É preciso organizar os processos”, defende Mello.
O executivo explica que o trabalho da Resitec será no sentido de garantir a confiabilidade das informações, além de fazer com que elas sejam geradas, gerenciadas e distribuídas em espaço de tempo reduzido e sem depender de grande contingente de mão-de-obra, o que não acontece atualmente. A mudança vai beneficiar, entre outros, os setores de compras e estoques, cujo controle, até aqui, vem sendo feito por planilhas eletrônicas.
O projeto, sob medida para Resitec e batizado de “Visão Integrada”, segundo Daniel Ueki, sócio-diretor da Allori, envolve quatro fases: investigação, diagnóstico, construção e validação. Na primeira, a consultoria optou por não trocar o sistema ERP existente, em estágio avançado de implantação, mas, sim, ajustar as práticas operacionais de modo a preservar o investimento já feito.
A operação está começando pelo treinamento do pessoal, que deve ser preparado para pilotar o ERP. Em seguida, sempre acompanhada pela empresa que implementou o sistema, a Allori vai rever as áreas carentes e, só então, verificar o grau de aderência da solução ao perfil de negócios da Resitec. De antemão, Ueki considera que o ERP funcionou na área contábil, mas foi mal implementado na área operacional e sequer chegou aos setores de produção e vendas.
Ueki e Mello reconhecem que, no começo, houve certo questionamento da parte de alguns funcionários, acostumados aos antigos processos. Mas, vencida a resistência, graças à evidente melhoria das condições operacionais, a implantação do projeto, cujo prazo é de três meses, caminha a passos largos, inclusive com a cooperação técnica da área de operações.