Mais pessimistas do que no Dia das Mães, os comerciantes prevêem vendas menores para o dia 12 de junho em relação ao ano passado. Sondagem feita pela Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) mostra que, em 2006, o faturamento no Dia dos Namorados deverá ficar 4% abaixo do verificado em 2005. O levantamento foi feito com 210 empresários do município de São Paulo, nos dias 5 e 6 de junho.
Segundo a entidade, é importante ponderar alguns fatores como, por exemplo, tradicionalmente o maior movimento das compras acontece mais próximo ao dia da comemoração. Além disso, o elevado grau de endividamento da população, que, segundo dados da entidade, atingiu 60% em maio, também pressiona de modo negativo o desempenho do comércio.
“Esses números mostram que o forte apelo comercial da data mostra-se insuficiente para aquecer a disposição de presentear. Isso revela que o endividamento e a inadimplência continuam preocupantes, o que represa as vendas e, conseqüentemente, inibe a expansão do faturamento do varejo ao longo do ano. Além disso, o fato do primeiro jogo da seleção brasileira acontecer no dia seguinte ao dos Namorados acaba por desviar a atenção”, afirma o presidente da Fecomercio, Abram Szajman.
A descrença dos lojistas se verifica também na baixa adesão à realização de promoções ou ações publicitárias. Este ano, apenas 26% resolveram lançar mão tanto da primeira quanto da segunda estratégia para elevar as vendas durante a data. Outro termômetro que retrata o pessimismo do comércio em relação ao Dia dos Namorados está nos estoques. A maioria, 42%, manteve o mesmo patamar no contraponto a 2005.
Perfil do presente – Sondagem sobre o perfil do presente, feita com 800 consumidores da Região Metropolitana de São Paulo, mostra que os homens pretendem presentear mais do que as mulheres. Segundo o levantamento, 50% deles pretendem comprar algo para seus parceiros no próximo dia 12. No caso das mulheres, o percentual é de 40%. De modo geral, só 45% dos entrevistados têm intenção de ir às compras.
O valor médio do presente será de R$ 54. O medo da inadimplência prevalece entre os consumidores: 54% se mostram dispostos a gastar menos ou a mesma quantia em relação ao Dia das Mães. Só 31% estão propensos a desembolsar uma quantia maior. Outro dado que confirma tal preocupação está na modalidade preferida entre as formas de pagamento: 63% pretendem comprar à vista e apenas 3% devem usar cheques pré-datados.
Em relação aos itens que prometem ser os mais procurados, saem na frente os tradicionais. A sondagem da Fecomercio mostra que 34% dos entrevistados irão comprar peças de vestuário, 11% perfumes/cosméticos e 8% calçados e bolsas. Flores, com 4% das intenções, e bombons, 1%, devem fugir à regra. Da mesma forma, questionados sobre o que gostariam de ganhar, 31% preferem peças de vestuário, 12% perfumes/cosméticos e 10% calçados e bolsas. Apenas 4% vão ficar felizes ao receber flores e 1% se a opção for bombons.