Pesquisa realizada pela consultoria de gestão de negócios Hay Group aponta que a remuneração do executivo de empresas brasileiras já não fica mais atrás de outros países. Com base no levantamento “Remunerando no Brasil 2007/2008”, feito com 200 companhias representativas de origem de capital diferentes, é possível observar que o primeiro executivo brasileiro, tanto em salário base, quanto em total cash (salário base+ bônus), possui um nível de remuneração superior aos seus pares nas empresas americanas e européias que atuam no Brasil.
De acordo com Cláudio Costa, diretor do Hay Group, essa diferença, que é bastante significativa, pode ser explicada pelo nível organizacional destes cargos nas estruturas globais. “O primeiro executivo de uma empresa brasileira reporta-se diretamente ao Board e, na multinacional estrangeira, esse executivo pode estar no terceiro ou quarto nível da estrutura global” afirma. O resultado disso é que diversos executivos de organizações estrangeiras estão deixando os postos para assumirem posições nas organizações de controle nacional.
Além disso, também existe grande diferença entre a remuneração média desse profissional e a dos níveis operacionais. “Considerando o salário base médio na empresa brasileira o primeiro executivo ganha 80 vezes mais que um funcionário de chão de fábrica, enquanto que na companhia de origem americana essa diferença chega a 42 vezes e na européia a 22”, ressalta Costa.
A prática de remuneração das empresas no Brasil também apresenta grandes diferenças regionais. A região de São Paulo apresenta os maiores salários em todos os estratos organizacionais e abundância de mão de obra qualificada. Apesar de as regiões Norte/Nordeste apresentarem salários menores, a escassez de mão de obra qualificada é suprida por meio da transferência de profissionais de outras regiões.
As diferenças regionais apresentam problemas específicos para alguns setores. A rápida expansão da indústria do etanol, por exemplo, exige que profissionais de agronomia trabalhem em regiões remotas no país. A transferência desses especialistas inevitavelmente tem custos que podem ser de 40% a 50% maior do que em grandes centros.