Juan Pablo D’Antiochia, vice-presidente sênior da Worldpay from FIS para a América Latina

Saúde dos pagamentos da empresa vs bem-estar pessoal

Autor: Juan Pablo D’Antiochia

O comércio nos conecta a pessoas e culturas diferentes, amplia horizontes, muda a maneira como trabalhamos, vivemos e nos comunicamos. Assim, novas oportunidades se abrem para expandir as operações no exterior na medida em que a conveniência do e-commerce consolida uma globalização instantânea. Hoje, há um cenário propício para que as empresas revejam o quão saudáveis estão quando o assunto é meios de pagamentos. Façamos uma analogia da saúde dos pagamentos globais de uma organização com a saúde pessoal. Esta tem sido uma boa comparação feita durante anos, mas numa época em que a saúde pessoal domina as manchetes globais e está revolucionando os padrões de compra on-line, a análise intensa e a conscientização entre os dois itens tornam-se ainda mais pertinentes.

Quando se fala em saúde pessoal, logo surgem os quatro pilares: nutrição, hidratação, exercício e boas horas de sono. Em 2020, com a pandemia, nos adaptamos e juntamos à esta lista um senso de saúde comunitária, que envolve como compartilhamos o espaço, e ainda, adotamos uma nova etiqueta sanitária. Como indivíduos e comunidades buscam formas diversas de melhorar sua saúde, cada pessoa conquistará o seu próprio resultado – mas essa auto-observação e análise do quanto podemos melhorar é fundamental.

Mas qual a relação do bem-estar pessoal com a saúde dos pagamentos globais de uma empresa?! Também consideramos quatro atributos ao tratarmos da saúde dos pagamentos globais: as expectativas dos consumidores em relação à moeda local; a consciência dos métodos de pagamento relevantes específicos de cada mercado; a compreensão das ramificações de receitas e custos do processamento de pagamentos domésticos e, por fim, o gerenciamento da complexidade cada vez maior de uma organização de pagamentos globais. 

Seja com vistas a uma nova região ou em busca de uma solução otimizada, é fundamental que cada organização do setor de pagamentos esteja ciente destes pontos, mesmo que nem sempre seja possível cumpri-los de uma só vez, já que estes elementos são aplicados de formas diversas globalmente. Por exemplo, um consumidor do Rio de Janeiro ou de Buenos Aires se relaciona de maneira diferente de alguém baseado em Londres ou Miami. Assim deve ser a sua organização. A ideia de “tamanho único” não funciona para o comércio eletrônico.

Numa análise da América Latina acerca das expectativas dos consumidores, os clientes esperam e preferem pagar com a moeda local ao fazerem compras on-line. Com base no comportamento de consumidores e emissores de cartões, a moeda local aumenta o valor da transação e a probabilidade de conversão da venda, o que significa mais receita para o comerciante. Oferecer a moeda local ao comprador é uma oportunidade de solidificar a sua presença no mercado. 

É fundamental ainda que o comerciante esteja ciente de que há no mercado latino uma parcela significativa de desbancarizados. Por isso, empresas que procuram atrair clientes locais precisam ser capazes de avaliar os benefícios e as consequências dos diferentes canais disponíveis, como pode utilizar os atuais meios de pagamento considerando os diferentes perfis de consumidores, sem deixar de lado o seu modelo de negócio.

Mais uma vez, esta é uma região bastante diversa, um “tamanho único” não se adaptaria à América Latina. Por exemplo, o cartão de crédito é o método líder de pagamento no Brasil, por enquanto, com 43% dos gastos no comércio eletrônico. Já as carteiras digitais estão crescendo rapidamente na Argentina, com uma participação de 25%, segundo The Global Payments Report 2021.

Fazer negócios na América Latina pode ser um desafio. Por isso, é tão importante contar com parceiros locais com abrangência e capilaridade globais para garantir sucesso nos negócios. Em países como Brasil e Argentina, as taxas de conversão aumentam se a empresa estiver processando transações localmente. Além disso, a criação de uma operação local geralmente reduz os custos operacionais, mas, em alguns casos, pode aumentá-los, ao mesmo tempo em que proporciona um crescimento significativo da receita.

Fato é que novas soluções, parcerias e formas de trabalho têm estimulado a entrada de novos modelos de negócio ao universo do e-commerce na região. Por isso, estejamos atentos aos movimentos, à transformação digital e aos novos meios de pagamento que estão surgindo – ou apenas, se consolidando. A partir daí, basta encontrar um parceiro estratégico, com ampla experiência no mercado global, que seja capaz de oferecer um time de consultores para orientar em cada etapa do processo, considerando os riscos, benefícios e custos e receitas para cada operação. As vendas agradecem. E o caixa também.

Juan Pablo D’Antiochia é vice-presidente sênior da Worldpay from FIS para a América Latina.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima