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Sem EAI não há transição para o e-business

Técnicos do Gartner Group e das mais respeitadas empresas de consultoria do mundo estão de acordo em um ponto: a estratégia de EAI (Enterprise Application Integration) é a resposta mais adequada para resolver o impasse entre a adoção de novas tecnologias de e-business e a manutenção das grandes e indispensáveis usinas de dados (os mainframes) dentro de uma perspectiva evolutiva.

Há apenas dois anos, a urgência relacionada ao bug do ano 2000 fez com que as empresas gastassem centenas de milhões de dólares no estudo aprofundado de seus legados e em suas tecnologias futuras. O que se aprendeu neste período – e não foi pouco – pode ser sintetizado na constatação de que, ao contrário de ser um “fardo passado”, a herança tecnológica é a superfície de sustentação (ou muitos diriam, de “mineração”) das novas tecnologias de interfaceamento.

É bem verdade, todos sabem, que o calcanhar de Aquiles desse legado está justamente na dificuldade de interfacear. Difíceis de serem acessados, os mainframes foram, de fato, concebidos originalmente como fortalezas de dados; ou como enormes reservatórios de riquezas para os quais o acesso deveria ser naturalmente limitado.

Mas substituir os sistemas legados por aplicativos ERP ou CRM muitas vezes resulta em soluções de baixa funcionalidade, enquanto simplesmente reescrever os aplicativos legados pode ser um risco muito alto e, em situações extremas, levar à ruína algum sistema de missão crítica.

Assim, devido a sua insuperável robustez, centralização e segurança, além de suas enormes jazidas de dados e processos codificados, os mainframes passam necessariamente à cogitação dos técnicos como sendo a montanha que vai a Maomé (entendendo Maomé como o ambiente de internet, ou melhor, de e-business) ou para a qual Maomé irá se dirigir de forma inexorável.

Partindo desta constatação básica, os especialistas mundiais começam a definir a arquitetura de EAI que irá vingar nos próximos anos. Neste cenário, os requisitos que tem sido apontados com maior freqüência são:

-Integração front-office/back-office: Não há efetividade no e-business se não houver um perfeito entrosamento do legado com as múltiplas interfaces analógicas e digitais que se abrem para os mundos interno e externo.
-Integração comercial total: se permanecer alguma fragmentação no processo, a automação da parte pode ser pior que a desautomação do todo.
-Arquitetura orientada a serviços: os desenvolvedores não podem mais se concentrar na arquitetura interna de seus aplicativos, mas considerar o modo como o aplicativo trocará dados, com base em pedido/resposta, ou com sistemas de mensagens dos aplicativos externos.
– Integração de aplicativos no lugar de aplicativos novos: Uma parte significativa do desenvolvimento se destinará a ligar aplicativos, em vez de criar novos, mas a maior parte do desenvolvimento na área de informática será consumida por design, teste, documentação e manutenção.
-Demanda acionada via clientes externos: o boom de integração de aplicativos não foi acionado pela conscientização dos gerentes de informática, mas sim por uma exigência cada vez mais imponente dos clientes externos. Esta tendência deve se consolidar nos projetos futuros. Gerentes de sistema em todo o mundo estão aprendendo rapidamente a fazer a integração de aplicativos e já colhem frutos importantes, embora ainda estejam a meio caminho de atingir seu objetivo.

Chegando a este estágio, estas empresas devem agora se concentrar em um esforço de integração de segunda geração – a integração dos processos comerciais – para fornecer o máximo aos clientes, reduzir custos (via negociação simplificada com fornecedores) e obter margens mais competitivas em seus mercados.

Enquanto isso, as empresas que navegaram sem objetivo, enquanto aguardavam o amadurecimento da tecnologia de integração, esperaram tempo demais. Agora não dá mais para obter uma vantagem competitiva independentemente do investimento que fizerem em middleware estratégico. No entanto, isso não é motivo para continuar a adiar uma tomada de atitude. As empresas que ainda estão na linha secundária do desenvolvimento devem entrar com toda força no jogo da integração EAI, ou ficarão cada vez mais atrás em relação a seus competidores.

Roberto Rebouças – diretor da Attachmate para a América Latina

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