por Silvana Martani
O comportamento ético, em tempos idos, em termos de princípios, tinha como âncora a palavra do dono do negócio e a imagem da empresa no mercado. Com o tempo, as companhias cresceram, se internacionalizaram, os mercados se expandiram, o dono virou empresário e saiu da calçada, de onde ia receber os clientes, para trás da mesa do escritório.
No final do último século modificou-se, porém, entre outras tantas coisas, a forma de adquirir produtos e serviços. Não existem mais distâncias intransponíveis ou exclusividades. Mas uma coisa não mudou e se consolidou como uma ferramenta forte, apesar de todas as revoluções: a ética.
Nas empresas em geral, criou-se um Código de Ética, para nortear procedimentos, o que funcionou como um instrumento importantíssimo para que cada uma passasse a se relacionar de maneira adequada com os diferentes públicos.
Necessário, porém, é que o conteúdo seja claro e realista, de modo que os funcionários possam entendê-lo e assimilá-lo na íntegra. Cada empresa deve conceber o próprio Código de Ética, que poderá contemplar todas as particularidades e especificidades da estrutura organizacional, procedimentos e condutas, além de orientar a atuação dos colaboradores.
Dessa forma, cada empresa definirá a própria forma de atuar no mercado e deixa claras as metas e ações, o que espera de si mesma e dos funcionários. Esse é, todavia, um processo de mudança, que mesmo trazendo benefícios, pode gerar resistências de todo tipo. Tanto quanto sensibilizar muitos empregados, com garantia de bons resultados.
Nesse caso, é preciso que tenhamos bem claros os objetivos e as ferramentas a serem utilizadas para atingi-los – o que inclui o capital humano e respectivas competências. Equipes coesas e bem organizadas são fundamentais para que qualquer procedimento seja instalado e vire sucesso. Grupos instáveis, desorganizados, ineficientes ou mesmo líderes que não estejam comprometidos podem minar a saúde da instituição e a imagem dela.
Uma empresa é a soma de diversos investimentos dentre os quais, os mais importantes são as pessoas, pois são elas que tornam realidade objetivos, metas, projetos e a atitude ética. Quando trabalhamos com pessoas, precisamos não apenas do talento delas, mas do comprometimento; ou seja, aquelas que enxergam a companhia como sua e sintam que o sucesso, o sonho e, principalmente, a ética são direito e dever de todos.
Silvana Martani é psicóloga e presidente da Martani & Nunes – Desenvolvimento Humano