Tem target novo na área?

Já faz algum tempo que o público de classes mais baixas vem aumentando o seu poder aquisitivo. No total, cerca de 155 milhões de pessoas entre a classe média e baixa gastaram R$1,27 bilhão em 2013, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular. Esses dados revelam que não é à toa o crescimento desse potencial de consumo, principalmente entre os jovens das classes C, depois das discussões dos últimos dias com relação aos eventos realizados em shoppings chamados de “rolezinhos”. Eles tem entre 16 e 24 anos, são cerca de 9 milhões em todo o país, e têm um poder de consumo que chega a R$129,9 bilhões, segundo a pesquisa “O ´rolezinho´ e os jovens da classe média”, realizada pelo Data Popular. Com esse cenário, surge a questão: as empresas estão cientes do potencial desse novo cliente? 
Apesar de algumas já terem se dado conta de que deve se preparar para atender esse novo consumidor, a realidade é que muitas ainda não abriram os olhos para essa oportunidade. Na visão de Davi Bertoncello, sócio-diretor executivo da agência de pesquisa de mercado e inteligência Hello Research, elas ainda não estão preparadas para atender esses jovens e muitas não estão trabalhando esse diálogo ainda. “Este preparo virá em um médio/longo prazo, analisando erros e acertos do presente. Cada dia mais, esses potenciais consumidores estão batendo na porta das empresas e cobrando uma atitude, uma comunicação diferenciada e direta”, comenta. É nesse sentido que o diretor de operações da REP Centros Comerciais, empresa que administra o Mais Shopping, em São Paulo e outros shoppings, Odivaldo Silva, afirma que, em primeiro lugar, deve-se investir cada vez mais em entender esse consumidor para atender os seus hábitos de consumo. “Buscamos incessantemente entender seus hábitos, suas predileções e suas aspirações. Estamos antenados ao que eles assistem, ouvem e como se comunicam nas redes sociais, de maneira a ampliar nossa interatividade com este público. E, finalmente, temos desenvolvido campanhas que permitem atingir estes consumidores de forma a criar engajamento”, declara. 
Segundo Bertoncello, esses jovens consumidores têm um gosto pela fartura e pelo desejo do esplendor, e a maioria já trabalha desde cedo para suprir suas necessidades imediatas que vão desde roupas e tênis a itens eletrônicos. “Hoje em dia, por exemplo, muitos deles já não sonham em ganhar muito dinheiro para poder trocar de bairro e morar em locais de alto padrão. Pelo contrário, eles querem ter o poder aquisitivo dos jovens classe A, mas continuar sua vida nos locais em que vivem”, explica. Para Silva, esse novo comportamento desses jovens de classes mais baixas é uma questão de integração social, e deve-se muito às novas tecnologias que possibilitaram mais acesso a informação. “Consumir produtos, serviços e marcas os quais antes não eram acessíveis, hoje faz parte da realidade deste público. A juventude aspira e consome marcas consolidadas, tênis de alto padrão e roupas de grife. Todos nós estamos expostos a uma quantidade quase infinita de informações. Isto, portanto, possibilita conhecer marcas, modismos e estar atento à opiniões sobre produtos e serviços o que consequentemente gera novos hábitos”, diz. 
Na sua opinião, as empresas reconhecem o potencial de consumo dos jovens das classes C e D? Responda a enquete do portal ClienteSA.


Confira as matérias do especial:
Jovens das classes C e D mostram cada vez mais crescimento do poder de consumo
Para entender hábitos de consumo de jovens das classes C e D é preciso conhecê-lo
Com alto potencial de consumo das classes C e D, empresas devem abrir os olhos para novos caminhos
Jovens da classe C têm poder de consumo de 129,9 bilhões, aponta Data Popular

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