Terceirização das mídias sociais



Autor: Eduardo Marques

 

Mais do que um mero capricho, o marketing – seja ele empresarial ou pessoal – se tornou obrigação no mundo atual. Ao expandir a outrora limitada barreira geográfica com as chamadas mídias sociais, uma pessoa comum tem hoje a possibilidade – dentro de um custo aproximado de zero – de ter suas ideias difundidas facilmente pelo planeta. Porém, qualquer deslize, por menor que seja, pode danificar ou até destruir uma imagem construída ao longo de anos.

 

Com o avanço da adoção de ferramentas como o Twitter, verificam-se também novas formas de uso que visam fortalecer ou criar novas marcas. Recentemente, o pai do jogador Neymar, atacante do Santos, declarou que seu filho não mais escreveria em seu microblog. Ao buscar o controle da “qualidade” da exposição de seu filho, o pai do jogador informou que a sua conta seria administrada pela sua assessoria.

 

Este caso nos mostra que a terceirização para monitoramento e divulgação de perfis corporativos expande seus braços também para o mundo das celebridades, futebol e alcança até para a política.

 

Um exemplo disso são as campanhas dos presidenciáveis Marina Silva e Plínio Arruda. Os candidatos possuem no público das redes sociais, boa parte de sua popularidade. Nota-se que o uso das mídias é tão intenso que, mesmo durante os debates em que o socialista Plínio aparecia na Rede Bandeirantes e RedeTV, ele teve sua conta pessoal do Twitter atualizada em tempo real pela sua equipe. Dentro desse processo, a terceirização cumpre o seu papel de transformar a imagem do cliente em algo valorizado ao reafirmar prontamente na rede as idéias expostas na grande mídia.

 

Entretanto, na teoria, o próprio indivíduo deveria ecoar e projetar os seus pensamentos nas mídias sociais. Ao utilizar um profissional, podemos acabar por adicionar em nós mesmos mais uma das tantas máscaras que usamos no dia-a-dia. O que, diga-se de passagem, é algo da natureza humana. Postados atrás dessa nova máscara temos duas opções: nos esconder e viver uma interpretação ou por força da necessidade, adotar novos comportamentos.

 

Devido a uma demanda cada vez maior por clareza nas ações dos indivíduos e a uma constante exigência para sermos cada vez melhores, é grande a chance de seguirmos a última opção. Enfim, mais do que simples ferramentas de comunicação, me atrevo a dizer que as mídias sociais estão nos ajudando a moldar o homem de amanhã.  Como ferramentas divulgadoras do nosso comportamento, elas começam a regular o que é socialmente aceitável do que não é.  Um processo de depuração automático auto-imposto que aos poucos mostra aos extremos qual é o caminho do meio.

 

Com isso em mente, uma boa estratégia de atuação nas mídias sociais só terá êxito se o material humano que a compõe tiver credibilidade. Se o cliente não se comportar como é esperado dele fora da rede, não haverá assessoria que construa uma imagem que persista.

 

Eduardo Marques é gestor de projetos web da dBrain.

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