Estudo da Data-Makers e CDN mostra que a falta de profissionais e de cultura são obstáculos para o avanço das empresas nessa estratégia considerada vital
A transformação digital é considerada de extrema importância para o futuro dos negócios, de acordo com 73% dos CEOs e C-Levels de organizações que atuam no País. Do ponto de vista de familiaridade com o assunto, um terço dos líderes afirma ter total conhecimento sobre o tema. As constatações fazem parte do estudo “Transformação Digital e Líderes de Negócios”, realizado pelo instituto de pesquisa e big data Data-Makers e a agência de relações públicas CDN, junto a 373 líderes de negócios dos mais diferentes segmentos, para compreender se relacionam com o tema, a evolução da pauta no Brasil, insights e expectativas para o futuro. “A transformação digital tem sido um fator determinante para a evolução da sociedade e das empresas ao redor do mundo, ao mesmo passo que a revolução tecnológica implica em vários desafios, incluindo a necessidade de adaptações muito rápidas”, comentou Fabrício Fudissaku, CEO da Data-Makers.
Eficiência operacional e resultados de negócios foram apontados como os principais motivos para a adoção de transformação digital. Por outro lado, a falta de profissionais e da cultura de transformação digital nas organizações são as principais barreiras, seguidas pela falta de conhecimento sobre o assunto, estrutura organizacional engessada e escassez de recursos financeiros. “A pesquisa mostra que os líderes de negócios estão mais envolvidos com o tema em comparação com ESG e Diversidade, por exemplo. Os executivos foram cirúrgicos em apontar a capacitação de profissionais e a falta de cultura como principais barreiras, mostrando um entendimento de que não bastam somente ferramentas e tecnologia. Sobre os drivers de adoção, vale destacar ‘tomada de decisão data-driven’ e a ‘necessidade de acompanhar o comportamento do consumidor’, o que mostra o quanto os líderes estão atentos às tendências”, explicou o executivo.
Maturidade e perspectivas de investimento
Sobre a atenção que a transformação digital recebe dentro das empresas, as opiniões se dividem em dois grandes grupos: 41% acreditam que o tema merece um olhar mais atento e 49% acham a atenção que ele ganha satisfatória. Na comparação sobre o estágio de maturidade digital de suas companhias com o mercado, os líderes adotaram uma postura de cautela. Nesse cenário, metade dos entrevistados indicaram que suas organizações estão na média, enquanto 29% colocaram suas empresas como inferiores.
Apenas 17% avaliaram o estado atual de suas empresas como avançado, onde há roadmap de digitalização sistêmico definido e modelo de negócios e cultura adaptados à transformação tecnológica. O porte da empresa é a variável mais importante nesse dado. Quanto maior ela é, mais avançado está o seu estágio de maturidade digital. “O que a gente percebe nos mais diferentes níveis, tamanhos e segmentos de empresas é a demanda cada vez mais latente pelo pensamento data-driven para embasar tomadas de decisão. Não por acaso, utilizamos muita inteligência de dados em todos os nossos processos e entregas, incluindo ferramentas como o IQEM (Índice de Qualidade de Exposição na Mídia), que se tornou um KPI importante de mensuração para comunicação, orientando rumos estratégicos e o nível de investimento das empresas”, analisou Fernanda Dantas, head de digital e inteligência de dados da CDN.
O estudo aponta para uma boa perspectiva de futuro em termos de investimento em transformação digital. Entre os líderes ouvidos, 47% afirmam que a tendência em suas empresas é de aumento dos aportes nesse sentido, enquanto 49% pretendem pelo menos manter o nível de injeção de verba. Apenas 4% falam em diminuir o investimento. Entre as tecnologias que deverão receber mais atenção nesse movimento dentro dos próximos 12 meses, destaque para Inteligência Artificial (38%), Machine Learning (26%), Big Data (23%) e Internet das Coisas (20%). “Vemos no dia a dia o crescente interesse dos líderes de negócios de todos os setores e áreas por inteligência artificial e big data. Além de pesquisas, atuamos como agência de big data e é notório o quanto os líderes de negócios brasileiros vêm amadurecendo nestes temas. Pensando nesta demanda, o próximo estudo da série Data-Leaders será sobre IA”, indicou Fabrício.
Outro ponto destacado pela sondagem é que a grande maioria dos líderes irá se envolver em iniciativas de transformação digital. Enquanto CEOs estão mais propensos a apoiar (51%) e liderar (23%) tais iniciativas, os C-Levels se destacam pela participação ativa nos projetos (37%). Nas grandes e médias empresas, vemos líderes dispostos a apoiar as iniciativas (57% e 63%, respectivamente), enquanto nas pequenas empresas, vemos a participação direta como principal forma de colaboração (48%).
Marcas e profissionais lembrados
No quesito associação de marca com o tema transformação digital, o Google foi líder em menções com 14%, seguido pela Amazon com 13% e Mercado Livre com 11%. Dentre as 42 empresas citadas, as multinacionais foram destaque. Por outro lado, 32% dos executivos não indicaram nenhuma empresa associada com a temática. Na menção dos profissionais vistos como referências no assunto, Silvio Meira e Walter Longo foram os mais citados, com 3% de menções cada. No total, foram citados 49 profissionais, mas 53% dos entrevistados não souberam indicar nenhum, o que mostra ainda um vasto campo para quem pretende se colocar como um notório especialista no assunto.
A iniciativa Data-Leaders tem como parceiros estratégicos a consultoria de recursos humanos Michel Page, os veículos de comunicação, a agência de publicidade Martin Luz, a produtora audiovisual especializada em live stream Cross Host, o centro de estudos em liderança e governança Celint, a empresa especializada em inovação aberta Liga Ventures, além do apoio do portal de dados Data-Crush.
Metodologia
O estudo foi produzido com 373 líderes de negócios, entre CEOs e C-Levels de diferentes segmentos e tamanhos, e foi baseado em pesquisa online quantitativa de autopreenchimento. A seleção de participantes é realizada pelas empresas parceiras da iniciativa, e a análise de dados é trabalhada pela Data-Makers por meio de técnicas estatísticas, como análise descritiva, correlacional e inferencial, para identificar padrões, tendências e associações.