Autor: Dirceu Minetto
Como você deve imaginar, o termo “uberização” vem do Uber, o polêmico aplicativo que está provocando alvoroço na indústria de táxi. A plataforma não representa uma revolução apenas no seu mercado de atuação, mas em todo o modo de fazer negócios. Uberizar virou significado de alterar a forma como os intermediários gerenciam seus negócios. Empresas inovadoras utilizam a tecnologia para colocar consumidores e fornecedores em contato direto. Neste sistema, os intermediários não atuam diretamente no processo. A única função deles é garantir que aqueles que procuram um serviço possam encontrar pessoas dispostas a oferecer essa demanda.
É assim que funciona o Uber. O app identifica motoristas particulares que estão próximos do usuário que precisa de uma corrida. O mesmo acontece com o Airbnb, que une pessoas à procura de hospedagem com outras que têm um lugar vazio para oferecer. Essa fórmula se repete – com sucesso – em qualquer outra área, desde gastronomia até educação: basta ter pessoas que procurem por algo e outras dispostas a oferecê-lo.
Mas por que esse novo modelo de negócio vem abalando as estruturas das empresas tradicionais? Primeiramente porque, de modo geral, as novas plataformas barateiam os custos. A retirada dos intermediários e o contato direto entre pessoas reais (e não grandes empresas) permite que o consumidor final pague menos pelo serviço desejado.
Outro grande benefício é a comodidade e segurança que a tecnologia garante. Em apenas alguns cliques você pode solicitar um motorista, alugar um apartamento ou fazer um curso on-line. Tudo sem grandes negociações, burocracias e outros entraves. Por meio de reviews e sistemas sofisticados de pagamento, as novas plataformas ainda oferecem segurança, diminuindo as chances de você se decepcionar com o serviço que adquiriu.
Braço da economia compartilhada, a uberização veio para ficar. Em uma época em que o acesso vale mais que o acúmulo, as empresas mudam seu foco para os indivíduos, garantindo facilidades e promovendo relações mais próximas entre humanos. Enquanto isso, as grandes corporações preferem nadar contra a corrente, protestar e resistir. Mas a tendência é que cada vez mais serviços sejam “uberizados”, e quem não entrar nessa onda deve ficar para trás.
Dirceu Minetto é CEO e fundador da Edumais