O Data Warehouse sempre foi um bicho de sete cabeças, com imensas dificuldades para a equipe de implementação, enormes transtornos para as áreas de negócio e, porque não dizer, para a saúde financeira da empresa que necessita de tal ambiente e suas respostas. Como tudo na natureza, nada se cria e tudo se transforma. Soluções deste porte também sofreram volumosas transformações em seus conceitos, na velocidade de implementação e no relacionamento “íntimo” com o negócio para o qual está sendo usada.
Voltemos há poucos anos atrás: tudo o que se dizia era que as soluções de Data Warehouse deveriam ter, basicamente, a capacidade de acessar analiticamente a base transacional e gerar relatórios. Se tais respostas ou indicadores iriam satisfazer as reais necessidades do negócio, era uma incógnita. Pensava-se também que migrando uma parte dos dados, essenciais para a tomada de decisão, para uma base única, seria possível tomar decisões corretas; mas a pergunta que ficava era: qual o critério usado para migrar os dados para essa base? Sem dúvida nenhuma, o critério era definido pela experiência dos membros da equipe (muitas vezes, somente técnica), o que era mais coerente e sensato naquele momento.
Outra diretriz era a geração de DataMarts, que nada mais é do que a criação de um ambiente isolado, capaz de analisar apenas um assunto ou departamento, disparando relatórios muitas vezes estáticos, que suportam as decisões de gerentes, diretores, superintendentes, VPs e outros. Uma base única, capaz de suportar análises simples ou complicadíssimas, e também uma ferramenta analítica, dotada de flexibilidade e sem restrições de consultas pelo usuário final, não é tudo. Uma base única e a acessibilidade não podem caminhar sozinhas – e isso é um problema. Então aonde encontrar a real inteligência do negócio, ou seja, o cerne da questão?
Senhoras e senhores, bem vindo a um mundo que completa definitivamente um ambiente de Data Warehouse – O Modelo de Negócios – uma fotografia corporativa de como gerir os negócios, separados por assunto, utilizando as mais avançadas técnicas de modelagem de dados, transcendendo as portas da empresa e identificando o que de melhor está sendo feito ao redor do mundo. Tal modelo contempla informações técnicas e de negócio para que haja uma interação completa entre suas equipes, dividindo a implementação e o sucesso de um projeto de Data Warehouse.
A maioria das empresas reconhece que é de extrema importância um modelo que abranja toda a companhia, rastreando os principais indicadores de negócio, podendo criar DataMarts por assunto, sem perder a visão do todo ou o corporativo, amparado por uma base única e consistente. As tecnologias que rodeiam o Data Warehouse não são novidades para ninguém. O grande diferencial nestes modelos é a inteligência embutida, que é capaz de, por exemplo, analisar sinistralidade e perfil em seguros, analisar procedimento em Saúde, analisar a concorrência em Utilities, identificar anunciantes para uma grade de programação e seus espaços vendidos na indústria da Mídia, analisar o tráfego nos corredores em lojas de Varejo, analisar todo o CDR em telecomunicações, etc.
Um modelo talvez evoque um mundo muito complicado no qual fórmulas mágicas imperam. Nada disso. Apesar da complexidade dos resultados, tais modelos são mais simples do que se imagina. Um modelo é somente anos e anos de experiência, nos quais são definidos o que é prioridade em determinado segmento e como resultado temos a simplicidade e eficácia ao se fazer consultas. Uma das principais preocupações dos Modelos de Negócio é objetivar o negócio desde o primeiro instante. Ele deve responder questões simples, porém essenciais: Como posso fazer a minha empresa mais rentável?; Como criar um produto com preço justo e suportável?; Como fidelizar o cliente?; Como identificar o cliente quando aciona o call center?; Como acompanhar as minhas vendas?; Como definir uma campanha de marketing?; Como identificar características demográficas, psicográficas e geográficas de meus consumidores?
Com Modelos de Negócio você terá uma fotografia de sua empresa por completo.
Façamos uma analogia. Na construção de um edifício é necessário que se comece pelo alicerce, necessitamos de um projeto, de um terreno, de muitas aprovações (da prefeitura, registro de imóveis, certidões), de arquiteto e engenheiro, de material, edificação, até finalmente a entrega do produto acabado. No modelo de dados, além de já existir um projeto pronto e completo (utilizando engenheiros de negócios e arquitetos de dados), não preciso começar do alicerce. Em um Data Warehouse utilizando tal modelo, posso começar por qualquer andar, no acabamento ou no contra-piso, tamanha é a flexibilidade desses modelos. Softwares desse tipo (aí os chamo de última geração) são realmente de um mundo chamado Business Intelligence, pois o software se adequa totalmente a necessidade do cliente.
Vários mercados já podem se sentir privilegiados, pois já existem modelos completos para Seguradoras, Telecomunicações, Bancos de Varejo, Cartões de Crédito, Bancos de Atacado, Mídia, Varejo, Utilities e Saúde. Os Modelos de Negócio estão sempre amparados por um CRM analítico, fazendo com que todos os dados adquiridos dos clientes possam ser cruzados com dados de performance e rentabilidade. A velocidade de entrega de projetos de Data Warehouse, utilizando tais modelos, diminui em até 70% o custo e o risco, em comparação com projetos tradicionais, sendo que os primeiros relatórios podem ser disponibilizados em poucos dias. No livro Arte da Guerra, define-se como inteligência conhecer a ti e a teu inimigo. Não estamos um uma guerra, mas é sempre bom fortalecer nossas fortalezas.
Arthur Moreira Neto é consultor de negócios da SK Intelligence.