Vai esperar pelo desastre?



Todas as empresas possuem vulnerabilidades e para cada uma delas a probabilidade de se transformar em um evento real. Uma vez ocorrido o evento, problemas financeiros, perda de credibilidade e até mesmo a interrupção total do negócio pode ocorrer. A análise destas vulnerabilidades e o impacto de cada uma delas é base para o plano de continuidade de negócios, já exigido pelo BACEN e SUSEP para bancos e seguradoras.


Estas exigências não são meras liberalidades de órgãos reguladores, mas buscam regularizar a viabilidade do consumo destes serviços de alto valor, que não podem falhar ou entrar em colapso. Contudo, independente da exigência dos órgão reguladores, as preocupações com estas possíveis ocorrências são legítimas e mitigar estes riscos é importante para qualquer organização. Estruturas mais simplificadas naturalmente exigem planos mais simples, entretanto, à medida que a complexidade da organização aumenta o plano de contingencia também ganha densidade.

 

Saber como preservar dados e sistemas, como mantê-los fora de riscos e de vulnerabilidades são itens de extrema relevância, assim como também é muito importante saber onde as pessoas vão desempenhar suas atividades em regime de contingência.


Evitar tais riscos exige domínio do processo de recuperação de dados, plano de trabalho em regime de contingência e um plano de recuperação de desastre, responsável por fazer a empresa voltar ao seu modelo padrão de funcionamento, considerando que em regime de contingência nem todos os colaboradores estarão envolvidos, mas sim somente aqueles que possam dar continuidade mínima nas operações da empresa.


Parece complicado, mas hoje a modernização dos sistemas de informação, a disponibilidade de telecomunicação somadas a modernos datacenters simplificam muito a tomada de decisão, principalmente quando se trata de preservar dados e sistemas. Mas, para onde as pessoas devem se dirigir para operar tais dados? Hoje em dia, especialistas sugerem a  reserva de espaços que possuam infraestruturas já conectadas com a área de recuperação de dados para serem utilizadas em momentos de contingência.


O plano de continuidade de negócios deve ser bem definido, com ações claramente planejadas. É fundamental que esta combinação seja periodicamente testada, para evitar eventuais surpresas no momento de acionamento da contingência e da garantia de sofwares e dados atualizados, prontos para serem utilizados.


É uma metodologia elaborada para garantir a recuperação de um ambiente de produção, independente de ocorrências que suspendam suas operações e dos danos causados nos equipamentos ou componentes utilizados. Quando bem elaborado, testado e, principalmente, incorporado à cultura da organização, é possível mitigar ao máximo o impacto financeiro da concretização de um risco.
Vários aspectos devem ser analisados durante a definição do plano de contingência. A princípio, somos levados a imaginar  nosso local de contingência bem próximo ao nosso endereço, o que pode ser um grande equívoco, pois estar sob a mesma central elétrica pode anular o site principal e também o de contingência. O mesmo ocorre com principais vias de acesso, adutoras, proximidade de rios que podem sofrem alterações por fenômenos naturais. Pensar em tudo isso é agregar na política de segurança da empresa valores e princípios de valores inestimáveis.


Elaborar e investir em um plano estratégico de continuidade de negócios é mais do que prevenir. Remediar, nesse caso, não deve ser opção.
 
José Marcelo Italiano é fundador da WA Consultoria e presidente da Open Space.

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